No PT, há quem considere a suspensão da sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal um movimento proposital no sentido de usar a repercussão de hoje como um empurrãozinho para que os ministros restantes acompanhem o voto do relator
A alegria de petistas ilustres ontem no Congresso Nacional nada tinha a ver com as votações ou com a perspectiva de acordo para a manutenção de alguns vetos que entram em pauta na semana que vem. Os sorrisos estavam diretamente relacionados aos quatro votos a dois obtidos no Supremo Tribunal Federal (STF) em favor de uma reanálise do processo do mensalão, naqueles julgamentos em que os réus tiveram quatro votos pela absolvição. Há, no partido, esperanças renovadas, em especial, nos casos de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que tiveram seis a quatro nos respectivos julgamentos por formação de quadrilha; e ainda no de João Paulo Cunha, que também obteve o mesmo placar quando condenado por lavagem de dinheiro.
O difícil, entretanto, é explicar ao cidadão comum que esses crimes serão julgados novamente. Conforme comentava ontem um deputado, há, no imaginário popular, aquela sensação de que esses ilustres personagens vão para a cadeia. Mas, se os embargos forem aceitos, o caso não terminará este ano.
A fisionomia alegre dos petistas com a nova chance mudou quando o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, encerrou a sessão de ontem. No partido, há quem considere que, nas entrelinhas daquela decisão (de encerrar a sessão), houve o propósito de aproveitar a repercussão de hoje para ajudar os ministros restantes a acompanharem o voto do relator, pelo não acolhimento dos embargos. Assim, o julgamento acaba mais cedo e o cumprimento das penas pode sair ainda este ano. Entretanto, esse palpite dos petistas não tem muito sentido, uma vez que os ministros que faltam voltar são os mais experientes da Casa e não costumam se deixar levar apenas por barulho. O melhor que se faz é aguardar o resultado. Afinal, como diz o velho ditado popular, cabeça de juiz e barriga de mulher...
Enquanto isso, no Poder Legislativo...
O ex-deputado Vivaldo Barbosa, do PDT do Rio de Janeiro, acompanhava ontem um grupo de engenheiros da Petrobras no Congresso. O objetivo da visita era tentar obter com as excelências um decreto legislativo para suspender o leilão do poço de Libra, na camada pré-sal. “Libra é o maior poço de petróleo do mundo. Foi cedido à Petrobras para que a empresa fosse capitalizada. A nossa empresa tem condições de explorar a área. Não faz sentido o governo agora querer leiloar, uma vez que a legislação diz que reservas estratégicas podem ser negociadas sem leilão. Agora, a presidente quer abrir aos estrangeiros US$ 1 trilhão. Não se leiloa campo já descoberto”, comentou Fernando Siqueira, da Associação dos Engenheiros da companhia.
Siqueira conseguiu convencer muitos senadores da base na primeira conversa. Dilma, que defendeu tanto a riqueza nacional para os brasileiros, terá, daqui a pouco, mais esse pacote para desembrulhar.
E no Panteão da Pátria...
A homenagem a Tancredo Neves ontem, no Panteão da Pátria, em Brasília, foi mais um movimento do PSDB no sentido de reunir antigos aliados, no caso, integrantes do PMDB, hoje insatisfeitos com Dilma. Há muita gente na torcida para que as recordações de ontem sirvam para embalar alguns peemedebistas rumo ao projeto tucano de 2014.
E no Ceará...
Ali, também se comentou que o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) ouviu do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, o desejo de ser candidato a presidente no ano que vem, mas não retribuiu com uma declaração de apoio. Hoje, estão todos jogando. Cid acena para Dilma, enquanto o PMDB fica com a presidente, mas não deixa de fazer sua fezinha em outras praças. Mas essa é outra história.
Fonte: Correio Braziliense
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