Por Rodrigo Pedroso
SÃO PAULO - A ex-ministra Marina Silva confirmou ontem o interesse de contar com a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon no Rede Sustentabilidade, partido que está em processo de registro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ex- ministra, no entanto, negou que tenha convidado Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para integrar a nova legenda.
Marina disse não saber se foi feito algum convite formal para Eliana Calmon, considerada por ela "uma pessoa muito respeitada pela sociedade." Se houve, afirmou, ele partiu do diretório baiano do Rede. "O Rede da Bahia tem sonhos... Não sei se eles formalizaram algum convite concreto, mas não posso negar que os baianos são sonhadores. Também não sei se há algo concreto por parte dela. Os baianos tem o direito de sonhar, por quê não?", disse.
Em relação a Ayres Britto, Marina disse que apenas pediu auxílio para os trâmites de criação do Rede. Segundo ela, não houve conversa sobre política com o ex-presidente do STF: "Respeito a posição dele de não tratar de assuntos de militância partidária, pelo menos neste momento. Não criaria a ele nenhum tipo de constrangimento."
O Rede Solidariedade protocola hoje mais 100 mil assinaturas de filiação ao futuro partido. Marina se mostrou tranquila quanto à possibilidade de a legenda não ser validada a tempo para disputar as eleições do ano que vem, e criticou o que chamou de "exacerbação de anulação de registros" por parte da Justiça.
Marina, que participou ontem de um debate sobre controle social do gasto público organizado pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), em São Paulo, disse que atualmente o Rede tem 12 diretórios regionais, devendo alcançar 16 até o fim do ano. "O mínimo necessário são nove."
Com as assinaturas de hoje, o Rede vai chegar a 400 mil registros. Quando deu entrada no TSE, 72 mil foram invalidados por serem consideradas fora dos parâmetros. "Quanto a essas anulações a Justiça há de fazer alguma reparação, porque os idosos estão aptos a votar, mesmo que não haja obrigatoriedade. Eles são cidadãos também. Assim como os jovens que votam pela primeira vez e que não possuem histórico da votação anterior. A mesma anulação aconteceu com mulheres que casaram e mudaram de nome. Continuaremos as buscas nos cartórios para viabilizar as assinaturas já protocoladas", afirmou Marina.
Fonte: Valor Econômico
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