Junho se foi, outubro bate à nossa porta e nada de reforma política. Lá se foi o prazo para fazer mudanças na legislação eleitoral a tempo de vigorarem na próxima eleição, em 2014.
Pior é que, em vez de uma higienizada nos modos da política, assistimos hoje a um festival de troca-troca de partidos e de criação de novas siglas, que já são 32 no país.
Como bem define um ministro do STF, cenário desalentador, prova de que as ideologias dos programas partidários não têm nenhum valor, o que tem valor é outra coi$a.
Não é de hoje que a criação de partidos está associada a um mercado que vai além da busca de votos. Parlamentares chegam a dizer publicamente quanto vão ganhar de recursos no novo partido. Tem deputado que está na sétima legenda.
Autêntico balcão de negócios que chegou a ser ameaçado pelos protestos de junho, quando a classe política, acuada, prometeu mudar e fazer diferente. Ficou na promessa.
Quem saiu lucrando foi a presidente Dilma. Ela poderá entoar o discurso de que fez sua parte: defendeu uma reforma política, com consulta popular, para vigorar em 2014.
Lucrou, por sinal, duplamente. Mantido o velho modelo, vai compensar as perdas de apoio e de tempo de TV pela saída do PSB do governo com o surgimento do Pros, que já nasce governista.
Curioso, para não dizer outra coisa, é notar que, enquanto alguns profissionais emplacam seus novos partidos, Marina Silva corre o risco de não aprovar a sua Rede.
Logo o partido que, dos novatos, teria mais legitimidade. Esbarra na sua falta de profissionalismo, em todos os sentidos, e na burocracia da Justiça Eleitoral --que deveria ter previsto e dela se precavido.
Entre seus apoiadores, há quem defenda que, sem a aprovação da Rede, Marina desista de ser candidata. Seria garantir lucro triplo para a petista Dilma. O que a oposição não quer nem pensar. A conferir.
Fonte: Folha de S. Paulo
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