Assunto será tratado pela presidente após viagens, a partir do dia 30
Fernanda Krakovics, Júnia Gama
BRASÍLIA - Antes da viagem internacional que a presidente Dilma Rousseff fará à Suíça e a Cuba, a partir do dia 22, ela deve se reunir com o ex-presidente Lula na segunda-feira, em Brasília, para tentar desatar os nós da reforma ministerial, com prioridade especial para acertar os ponteiros com o PMDB, aliado preferencial da campanha à reeleição, que ameaçou com uma rebelião esta semana. Ela embarca na quarta-feira, dia 22, e só retorna ao Brasil dia 29 à noite. A partir do dia 30, ela pretende efetivar a reforma ministerial.
Na mesa de decisões, na reunião de Dilma com Lula, também será tratada a nomeação de Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Os dois concordam com essa escolha para o lugar do petista Fernando Pimentel, mas a presidente ainda pretende consultar o empresariado a respeito, para que a nomeação seja respaldada pelo setor. Outro imbróglio da reforma envolve o próprio PT: a solução para o Ministério da Saúde, com a recente opção pelo secretário de Saúde de São Bernardo (SP), Arthur Chioro. Os dois também devem discutir a conjuntura política, palanques regionais e estratégias da pré-campanha à reeleição.
Para a substituição no MDIC, a presidente Dilma fará um gesto de cortesia ao empresariado, setor com o qual as relações do governo vão de mal a pior, e consultará alguns de seus líderes sobre a indicação de Josué, que é presidente da Coteminas e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para convencer Josué a assumir a pasta, a presidente dispensará também um gesto excepcional: se ele aceitar o cargo, respaldado pelo setor, permanecerá no comando do MDIC em um eventual segundo mandato. Esse é um compromisso que ela tem se negado a assumir com os partidos aliados.
Para o Ministério da Saúde, a presidente Dilma consultou o prefeito de São Bernardo (SP), o petista Luiz Marinho, na última terça-feira, a respeito de Chioro. A presidente teria se encantado com ele ao participar da inauguração de um hospital naquela cidade, no final do ano passado.
Chioro foi diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde quando a pasta era comandada pelo petista Humberto Costa. Nessa função, ele foi responsável pela implementação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) deve deixar o cargo na primeira semana de fevereiro para disputar o governo de São Paulo. Apesar de ter trabalhado pela indicação de Mozart Sales, atual secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do ministério, responsável pelo programa Mais Médicos, Padilha aprova o nome de Chioro.
Além de gostar de seu perfil, a opção pelo secretário de Saúde de São Bernardo também pouparia Dilma de arbitrar entre Mozart Sales e Helvécio Magalhães, atual secretário de Atenção à Saúde do ministério. Esse último, que é do PT de Minas, conta com o apoio do ministro Fernando Pimentel para assumir a pasta.
Fonte: O Globo
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