Retrato mais fiel - Desemprego é maior
Lucianne Carneiro e Clarice Spitz
Lucianne Carneiro e Clarice Spitz
RIO - O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 7,4% no segundo trimestre de 2013, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) — que inclui apenas seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) —, a média do desemprego no segundo trimestre do ano passado foi de 5,86%.
Os indicadores da Pnad revelam ainda uma taxa nacional de desemprego em 8% no primeiro trimestre de 2013, ante 5,56% na média da PME. Considerando o desempenho por trimestres em 2012, as taxas foram de 7,9% no primeiro trimestre, 7,5% no segundo trimestre, 7,1% no terceiro trimestre e 6,9% no quarto trimestre.
A partir de agora o IBGE passará a calcular uma taxa de desemprego nacional trimestral, no âmbito da PNAD contínua. Até então, os dados do desemprego nacional só eram pesquisados uma vez ao ano, no mês de setembro, pela Pnad, cuja divulgação ocorria com um ano de defasagem. A divulgação do desemprego nacional ocorrerá um mês após o fim do trimestre.
- Nós temos hoje pela primeira vez na história do pais informações sobre o mercado de trabalho em todo o território nacional - disse a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.
No segundo trimestre de 2013, a população desocupada no país era de 7,3 milhões de pessoas, estável frente ao segundo trimestre de 2012 e queda em relação aos 7,8 milhões de desocupados do primeiro trimestre de 2013. A população ocupada passou de 89,4 milhões no primeiro trimestre de 2013 para 90,6 milhões no segundo trimestre de 2013.
A nova pesquisa também traz pela primeira vez dados para as grandes regiões do país. Se a média nacional do desemprego foi de 7,4% no segundo trimestre de 2013, a maior taxa regional foi no Nordeste, de 10%, enquanto a menor foi no Sul, de 4,3%. As outras taxas registradas foram de 8,3% no Norte, 7,2% no Sudeste e 6% no Centro-Oeste.
No segundo trimestre de 2013, 76,4% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada, um avanço de 0,9 ponto percentual frente ao segundo trimestre de 2012 e de 0,3 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2012.
Já está em estudo pelo IBGE a divulgação de uma taxa mensal de desemprego para todo o país, mas não há prazo para isso. Inicialmente, a nova pesquisa não trará dados sobre o rendimento do trabalho nem de ocupação por setores de atividade.
Série histórica será perdida
Os números da nova pesquisa não serão comparáveis nem com a PME nem com a PNAD que era feita anualmente. Isso significa que a série histórica terá início em 2012. Até dezembro, o IBGE continuará coletando os dados da PME.
- As três pesquisas não são comparáveis, então teremos uma perda da série histórica. Mas o ganho que se tem é substancial: teremos uma cobertura geográfica muito mais abrangente com uma informação melhor - afirma o coordenador de Emprego e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo Pereira.
A PNAD que era realizada anualmente cobria 1.100 municípios brasileiros, enquanto a coleta da PNAD contínua é feita em 3.464 municípios. O número de domicílios também aumenta consideravelmente na comparação com a PME e a antiga PNAD. Agora, o universo de domicílios pesquisados por mês será de cerca de 70 mil, ante 45 mil da PME e os 147 mil domicílios por ano da PNAD.
A nova PNAD contínua terá, uma vez por ano, estudos específicos além do mercado de trabalho, em temas como trabalho infantil, migração, educação, entre outros.
Os dados da taxa de desemprego nacional do terceiro e do quarto trimestre de 2013 serão divulgados em 28 de março. As datas seguintes de divulgação são 27 de maio (primeiro trimestre de 2014), 22 de agosto (segundo trimestre), 6 de novembro (terceiro trimestre) e 18 de dezembro (os dados para as 27 unidades da federeação entre 2012 e terceiro trimestre de 2014).
Fonte: O Globo.
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