• Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal voltou a utilizar sua rede social para rebater críticas após polêmica envolvendo o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e advogados de empreiteiras da Lava Jato
Mateus Coutinho – O Estado de S. Paulo
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta-feira, 19, em sua conta oficial no Twitter que recebeu advogados “às centenas” e lembrou que, no julgamento do mensalão, chegou a se encontrar com o advogado Márcio Thomaz Bastos, que defendeu o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado. “Eu recebia advogados? Sim, recebi-os às centenas! Mas informava a parte contrária, para que ela pudesse estar presente, se quisesse. P quê?”, afirmou o ex-ministro na rede social.
“Exemplo? No meio do julgamento da ap 470, o saudoso Marcio T Bastos pediu-me para ser recebido. Recebi-o, na presença do PGR”, explicou Barbosa afirmando ainda que em um processo judicial não devem existir encontros “‘en catimini, às escondidas, entre o juiz e uma das partes. Igualdade de armas é o lema”.
O posicionamento do ex-ministro ocorre após a polêmica iniciada no final de semana, quando ele utilizou sua conta no Twitter para pedir da demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após ser divulgado pela imprensa que ele encontrou com advogados de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Cardozo confirmou a reunião, mas evitou polemizar.
Na terça-feira, 17, Barbosa voltou a tocar no assunto e disse que aqueles que recorrem à política para resolver problemas judiciais “não buscam a Justiça”. “Buscam corrompê-la. É tão simples assim”, escreveu em sua conta no Twitter. O comentário gerou grande repercussão entre entidades da advocacia e defensores de réus na Lava Jato. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chegou a divulgar nota afirmando que o advogado tem direito de ser recebido por autoridades “de quaisquer dos poderes” para tratar de assuntos relativos à defesa dos clientes.
“Essa prerrogativa do advogado é essencial para o exercício do amplo direito de defesa. Não é admissível criminalizar o exercício da profissão”, afirmou a OAB. A entidade informou ainda na nota que “sempre lutou e permanecerá lutando” para que o advogado seja recebido em audiência por autoridades e servidores públicos.
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