sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Tucanos querem explicações sobre encontros de ministro para debater Operação Lava Jato

Portal do PSDB na Câmara

As atitudes suspeitas do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, envolvendo a Operação Lava Jato merecem ser investigadas e esclarecidas, defenderam deputados do PSDB. De acordo com reportagens publicadas nos últimos dias nos principais veículos de comunicação do país, o petista tem se encontrado com advogados e representantes de empreiteiras envolvidas no Petrolão, esquema criminoso arquitetado para desviar recursos da Petrobras.

Reuniões omitidas da agenda oficial – Uma dessas reuniões teria ocorrido com o advogado Sérgio Renault, da UTC, detalhou a última edição da revista “Veja”. Na conversa, omitida da agenda oficial e da qual também participou o ex-deputado petista Sigmaringa Seixas, o ministro teria desaconselhado o advogado a fechar um acordo de delação premiada e desmerecido a Lava Jato, pois, segundo ele, estaria cheia de irregularidades. Para completar, teria adiantado que as investigações da operação mudariam de rumo radicalmente.

Flagrados por “Veja”, os três negaram a conversa. Em seguida, apresentaram uma versão em que o “acaso” foi o grande protagonista. “A pergunta que não quer calar: se os advogados dos investigados na Lava Jato não falaram com o ministro da Justiça sobre a operação, falaram sobre o que?”, questionou nesta quarta-feira (18) o deputado João Campos (GO) no Twitter.

Para o deputado federal Delegado Waldir (PSDB-GO), a atitude de Cardozo foi vergonhosa. O tucano reforçou ainda que é fundamental o comparecimento no Congresso do petista e dos advogados recebidos por ele “para darem satisfações ao povo brasileiro”. “Estamos cansados de jeitinhos”, justificou.Após a veiculação da reportagem, líderes oposicionistas querem levar o ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e convocá-lo a prestar esclarecimentos no Congresso.

Autoritarismo? – Acuado com a avalanche de críticas, Cardozo chamou de autoritários os que questionam sua conduta. Em entrevista publicada no jornal “Folha de S.Paulo” nesta quarta-feira (18), ele disse ainda que “só na ditadura não se admite” que um ministro receba advogados.

O deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) respondeu as considerações do petista: “Autoritário é não querer prestar os esclarecimentos. As pessoas querem saber e ter acesso a questões que são tratadas sem muita transparência”, disse. “Preferíamos que ele, como ministro da Justiça, não se envolvesse e não fosse parcial. Receber os advogados dos envolvidos em corrupção é algo, para nós, bastante estranho. Não é normal”, completou.

Para recordar – Cardozo já foi personagem principal de outras tramas nebulosas que marcam a gestão petista. Em 2013, ele encaminhou um dossiê apócrifo à Polícia Federal com informações sobre o esquema de corrupção no metrô de São Paulo e que incriminava integrantes do PSDB. Entre eles, o ex-deputado federal e hoje senador suplente José Aníbal (SP), que chamou o ministro, na época, de “vigarista, acobertador de falsários e sonso”.

No começo deste mês, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou um pedido para investigar a participação do tucano nesse caso. Em artigo publicado pela “Folha de S.Paulo” em 13 de fevereiro, Aníbal afirmou que move ação contra todos os que o caluniaram. Faz parte da lista o ministro da Justiça . “Imagino calafrios institucionais quando ouço que o ministro José Eduardo Cardozo já esteve cotado para assumir a vaga de Joaquim Barbosa no STF. Seria o sinal derradeiro de que Dilma mandou o juízo às favas e abraçou-se de vez com a mentira e com o fracasso”, concluiu.

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