• Medida que Dilma rejeitou na eleição veio tarde, apesar de conselhos de aliados, e deve criar mais problemas com partidos da coalizão num momento de reconstrução da base
Simone Iglesias e Fernanda Krakovics - O Globo
No momento em que precisa reconstruir sua base aliada, o governo Dilma Rousseff anuncia uma reforma administrativa que criará ainda mais problemas com os partidos de sua coalizão. Os mais atingidos devem ser PMDB e PT. Além da ausência de timing político, a falta de detalhamento faz com que medidas positivas soem como improviso.
O anúncio de um esboço de reforma administrativa no dia em que o vice-presidente Michel Temer oficializou sua saída do comando da articulação política acabou parecendo uma tentativa de gerar um fato positivo para ofuscar esse revés.
Em tempo de ajuste fiscal, o governo tenta mostrar que está cortando na própria carne, mesmo que, na prática, a medida não tenha grande impacto nos cofres públicos. O curioso é que Dilma vinha sendo aconselhada a tomar essa atitude desde o começo do ano, mas resistia.
Conhecida pela demora em tomar decisões e pela aversão em ser pressionada, deu de ombros. Também havia dificuldade pelo fato de ter passado a campanha à reeleição atacando essa proposta, levantada pelos adversários. Agora essa é mais uma promessa descumprida neste início de segundo mandato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário