• Presidente divulga nota e elogia ‘ caráter pacífico’ da manifestação
- O Globo
- BRASÍLIA- Lideranças de partidos que dão sustentação ao governo da presidente Dilma Rousseff, como PMDB, PSD e PR, acreditam que as manifestações de ontem terão forte impacto sobre o processo de afastamento da presidente no Congresso. Se o apoio à manutenção do mandato dela ainda é quase total entre os partidos de esquerda, as bancadas do chamado “Centrão”, que dão sustentação a todos os governos, estão divididas a respeito do impeachment.
O líder do PSD, Rogério Rosso ( DF), acredita que o impeachment ganhou força com os protestos, tendo em vista que ainda esta semana o Supremo Tribunal Federal ( STF) deve dar a palavra final sobre o rito do processo, e a Câmara pode criar a comissão especial que o analisará:
— A semana será decisiva, pois o Supremo libera o rito, e a Câmara deve dar continuidade. Os partidos levarão as manifestações em consideração, e o impeachment ganha força.
O deputado diz que, antes das manifestações, cerca de 60% da bancada do PSD eram favoráveis ao impeachment. Mas o partido voltará a se reunir para um balanço após as manifestações. Líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), disse que os deputados de seu partido estão muito divididos quanto ao impeachment. No PMDB, a divisão da bancada é flagrante e, segundo a cúpula partidária, os deputados são independentes para votar o afastamento da presidente. Ao lado de Dilma, está o PT, PCdoB e PDT.
O governo só reagiu às manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas, no começo da noite de ontem e por meio de uma nota protocolar. Em dois parágrafos, a presidente Dilma Rousseff exaltou a liberdade de manifestação, “própria das democracias”, e destacou o tom pacífico dos atos.
“O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”, afirma a nota assinada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
No começo da tarde, a presidente surpreendeu, divulgando uma nota repudiando pichações na sede da União Nacional dos Estudantes ( UNE), que amanheceu no domingo com frases “Lula na cadeia” e “vendidos”. No texto, a presidente condenou a ação chamando os pichadores de “vândalos”.
O vice-presidente Michel Temer passou o domingo em casa, em São Paulo, também acompanhando pela TV os protestos. A pessoas próximas, disse que ficou “impressionado” com o tamanho dos protestos em todo o país, mas decidiu não fazer comentários públicos sobre o tema.
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