Folha de S. Paulo
Governo promove farra do garimpo de ouro na
Amazônia
Para quem já admitiu que "o garimpo é
um vício, está no sangue", o compadre Grota deve ser um herói, merecedor
de ocupar a galeria dos maiorais, ao lado do ditador Augusto Pinochet, do
torturador Brilhante Ustra e do Major Curió, também torturador e líder garimpeiro.
Compadre Grota é o nome de guerra de Heverton Soares, um dos narcotraficantes —o outro é Silvio Berri Júnior, ex-piloto de avião de Fernandinho Beira-Mar— apontados pela Polícia Federal como chefes de organizações criminosas no Pará e que ganharam do governo o direito de explorar uma área de mais de 810 hectares de garimpo de ouro.
As permissões foram outorgadas e efetivadas
pela Agência Nacional de Mineração entre 2020 e 2021. Elas são válidas para
Itaituba, um município paraense batizado de Cidade Pepita pela grande
quantidade de jazidas encontradas quase na superfície do solo. Dá até para
imaginar o presidente da República, em seus momentos de tédio e aflição em
Brasília, com vontade de jogar tudo para o alto e ir "faiscar", como
costumava fazer nos tempos de capitão do Exército.
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