Demóstenes, Orlando
Silva e mensaleiros viram tema de debate eleitoral
Fernanda Krakovics
MANAUS - Um desfile
de denúncias de corrupção entre os candidatos à prefeitura de Manaus foi
destaque no debate da TV Record, segunda-feira à noite. Os candidatos recorreram
ao escândalo do mensalão, lembraram a queda de Orlando Silva (PCdoB) do
Ministério do Esporte e citaram várias vezes o ex-senador Demóstenes Torres
(ex-DEM-GO), cassado por envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Sobraram ataques
também para o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), cuja
administração da capital amazonense foi duramente criticada. Mas sua demissão
do Ministério dos Transportes, após denúncia de existência de um esquema de
cobrança de propina, não foi explorada.
A troca de acusações
começou pelos dois candidatos que lideram a campanha. Após ser provocado por
Vanessa Grazziotin (PCdoB), que lembrou da ação judicial do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), contra os incentivos da Zona Franca de Manaus, o
tucano Arthur Virgílio (PSDB) abordou o escândalo do mensalão e lembrou da
saída de Orlando Silva, correligionário da candidata, do governo Dilma
Rousseff.
- Não recebi nenhum
tostão do governo de Geraldo Alckmin, com quem sou rompido, sim. Como sou
rompido com José Dirceu, com os mensaleiros, com Orlando Silva, do Ministério
do Esporte, corrupto. Ficou provado isso - disparou Arthur Virgílio.
Vanessa defendeu
Orlando, dizendo que ele levou, como ministro do Esporte, a Copa do Mundo para
Manaus, e ressaltou que o colega foi absolvido, pela Comissão de Ética Pública
da Presidência da República, das denúncias de irregularidades. A candidata
aproveitou ainda para pôr Demóstenes na roda, já que o senador cassado era
aliado do tucano no Senado.
- Ele (Virgílio) preferiu
ir para outro caminho (das denúncias), porque não prorrogou a Zona Franca.
Preferiu atacar o ministro Orlando. Aliás, quem mais atacava o ministro Orlando
era o Demóstenes - rebateu Vanessa.
Ex-ministro dos
Transportes é citado
Já quando o deputado
Pauderney Avelino (DEM), que também disputa a prefeitura, ironizou o candidato
do PR, deputado Henrique Oliveira, por estar supostamente escondendo o
presidente nacional de seu partido, Alfredo Nascimento, também levou como troco
a lembrança da antiga companhia de Demóstenes.
- O Pauderney está
esquecendo que Demóstenes era do partido dele. Espero que, se ele ganhar a
prefeitura, não vá se aconselhar com ele - atacou Henrique Oliveira.
Pauderney afirmou que
seu partido não é conivente com corrupção, tanto que expulsou Demóstenes e o
ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda:
- O Demóstenes foi
expulso, o Arruda foi expulso. Não tergiversamos com isso.
Sobre a participação
de Nascimento em sua campanha, o candidato do PR disse que ele, por ser
presidente nacional do partido, teria agenda no país inteiro, não podendo se
dedicar à disputa em Manaus.
- Não preciso de
muleta nem maleta para entrar na disputa pela prefeitura. Tem gente que precisa
de bengala - afirmou Oliveira, em referência velada aos apoios da presidente
Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do governador Omar Aziz (PSD) à
candidatura de Vanessa Grazziotin.
Fonte: O Globo
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