Cristiane Agostine
SÃO PAULO - Na reta
final do primeiro turno das eleições municipais, o candidato do PSDB à
Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que "mais da metade dos
eleitores" ainda não decidiu em quem votar. Serra está empatado tecnicamente
em segundo lugar com o candidato do PT, Fernando Haddad, atrás de Celso
Russomanno (PRB). Hoje vai ao ar o último programa eleitoral dos candidatos à
prefeitura.
"A maioria das
pessoas ainda está fazendo sua cabeça nesta semana", disse Serra, depois
de fazer uma caminhada por uma rua comercial de Santana, bairro da zona norte
da capital. Antes, o tucano fez campanha pelo Tucuruvi, também na zona norte,
sem divulgar para a imprensa.
O candidato aposta
nos últimos dias de campanha para conquistar votos suficientes para ir ao
segundo turno. Segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem, Russomanno tem 27% das
intenções de voto, Serra, 19% e Haddad, 18%. Como a margem de erro é de dois
pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico entre os
candidatos do PT e do PSDB. Pesquisa Ibope divulgada também na semana passada
indicava Haddad numericamente à frente de Serra, mas também com empate entre
ambos. Segundo o Datafolha da semana passada, Russomanno tinha 30%, Serra, 22%,
e Haddad, 18%.
O tucano perdeu tempo
nos programas de rádio e de televisão que serão veiculados amanhã, por decisão
do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), por ter usado o espaço
dos vereadores para fazer a divulgação de sua candidatura. De acordo com a
Justiça Eleitoral, Serra perdeu 12s do tempo reservado para o programa de rádio
da manhã e 15s da tarde. O TRE-SP também determinou a perda de 12s da
propaganda de televisão do início da tarde e 15s no programa de TV da noite.
"Qualquer segundo vale", afirmou. "Mas a Justiça definiu
assim", disse. O candidato também lamentou o cancelamento do debate da
Rede Globo, que estava previsto para amanhã.
Serra evitou fazer
críticas à presidente Dilma Rousseff, que ontem, em evento da campanha de
Fernando Haddad, disse que "meteria o bico" na disputa pela
prefeitura paulistana. A afirmação de Dilma foi uma resposta ao comentário do
tucano, feito no mês passado, de que a presidente não deveria se envolver na
disputa paulistana. O candidato do PSDB havia atacado a nomeação de Marta
Suplicy para comandar o Ministério da Cultura, depois que a senadora e
ex-prefeita petista anunciou apoio a Haddad.
O tucano minimizou a
declaração de Dilma. "Minha crítica foi ao uso do governo como se fosse
propriedade privada. Dilma pode apoiar quem ela quiser. O que eu desejo é que
ela tenha força para enfrentar dois problemas que afetam a economia brasileira:
a inflação e o crescimento lento", disse Serra. "Estamos vivendo uma
fase de estagnação e de aumento da inflação que é visível nos
supermercados".
Serra disse ainda que
Dilma não conhece São Paulo porque "quem é de fora não conhece mesmo.
"Nem ela acha que conhece São Paulo", declarou o candidato.
Fonte: Valor Econômico
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