Com a popularidade em queda e pressionada pelas más notícias vindas dos indicadores econômicos e do mercado financeiro, a presidente Dilma Rousseff evitou responder a perguntas de jornalistas ontem, durante sua breve visita a Portugal. Em entrevista coletiva, comentou apenas a indagação da imprensa portuguesa sobre o apoio do Brasil aos esforços de Lisboa para sair da grave crise. "O Brasil tem dado apoio a Portugal. Temos todas as relações comerciais bastante significativas, neste momento de crise", reagiu.
Após um encontro de uma hora com Dilma, o ex-presidente português Mário Soares aproveitou para criticar as políticas adotadas pelo governo de seu país para receber ajuda internacional e mantê-lo na zona do euro. Dizendo ter afinidade ideológica com a presidente, ele condenou a venda de estatais portuguesas "a preço barato", o que estaria "destruindo o patrimônio do povo". "Sou contra as políticas de austeridade, como toda a gente de esquerda", sublinhou. Soares também desdenhou os investimentos brasileiros em Portugal como forma de ajudar o país a sair da crise. "Vamos ter de sair da crise pelos nossos próprios meios".
A presidente havia acenado com a possibilidade de o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar empresários brasileiros que queiram participar de eventuais privatizações de empresas portuguesas.
Apesar de a agenda oficial só ter eventos a partir da tarde de ontem, incluindo encontros com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Dilma se encontrou na noite de domingo, em sua chegada, com líderes do Partido Socialista, maior força de oposição ao governo português. Ela voltou e iniciou a viagem de retorno na noite de ontem.
Fonte: Correio Braziliense
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