Autorizado pela Aneel, aumento da energia elétrica entra em vigor amanhã. Para reduzir furtos, a agência quer criar tarifa social em áreas de renda mais baixa no Rio. Após a Aneel ter previsto, em agosto, redução na conta de luz dos consumidores na revisão das tarifas da Light este mês, a agência aprovou ontem aumento médio de 3,65%. Para as residências, o reajuste, que entra em vigor amanhã, será de 4,68%. Na indústria, a conta vai cair 1,01%. Segundo a Aneel, as perdas com furto de energia ("gatos") são uma das principais razões do reajuste. Também pesaram os gastos com a energia comprada da usina de ltaipu, cotada em dólar, e com termelétricas. As perdas da Light com furto chegaram a 40,41% da energia distribuída. Para reduzir os "gatos"" a Aneel quer criar tarifa social em áreas de baixa renda do Rio.
O pulo do "gato" na conta de luz
Nice de Paula
A partir de amanhã, a conta de energia dos consumidores da Light vai ficar, em média, 3,65% mais cara. Para as residências, que representam mais de 90% dos clientes da empresa, o aumento será de 4,68%. Na média, para os consumidores de baixa tensão, grupo que inclui residências e comércio, a tarifa vai subir 6,2%. Mas para a indústria vai cair 1,01%. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem a Terceira Revisão Tarifária da distribuidora. A revisão acontece a cada cinco anos, e, quando é aplicada, substitui o reajuste anual da conta de luz.
Em agosto deste ano, quando publicou a proposta de revisão tarifária, a Aneel previa uma redução média das tarifas da Light de 3,3%. Para as residências, haveria uma queda da conta de luz de 3,28%;, § no caso da indústria a redução seria ainda maior, de 6,7%. No entanto, essas reduções não foram possíveis devido, principalmente, a dois fatores: perdas da empresa com furto de energia ("gatos") e gasto com compra de energia maior do que o previsto inicialmente. O aumento da compra de energia chegou a 8,89% sobretudo por causa da contratação de energia nova; gastos com energia de Itaipu, que é cotada em dólar; e despesas com usinas termelétricas. Estas últimas terão maior impacto no próximo ano.
Com térmicas, tarifas vão subir de 10% a 20%
A partir do ano que vem, as contas de luz de todos os brasileiros terão novidades que podem resultarem variações mensais de preços— mesmo sem alteração no consumo—e custo de l0%a 20% maior, calculam os especialistas. Será o resultado da chamada bandeira tarifária, nova fórmula usada para cobrar do consumidor pela utilização da energia das térmicas, mais cara do que a das hidrelétricas.
As distribuidoras terão que trazer nas faturas uma bandeira verde, amarela ou vermelha que indica o grau de utilização da energia das térmicas e o adicional que incidirá na próxima conta.
—Chamaram de bandeira tarifária para verse passava em brancas nuvens e dava uma bandeirada nos consumidores. Mas é tarifa mesmo, vai aumentara conta em torno de 10% e terá impacto sobrea inflação—diz o economista Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores.
O aumento da utilização da energia das térmicas a gás e a diesel fez com que a fórmula de cobrança fosse alterada. Hoje, a diferença é absorvida pelas distribuidoras durante o ano e repassada aos consumidores na época do reajuste anual da tarifa.
—A eventualidade no uso das térmicas está terminando, estão ligando muito mais que o planejado. A conta desde 2012 chegou a R$ 10 bilhões e não tem mais como as empresas segurarem isso—diz Roberto D"Araújo, colaborador da Coppe URFJ e integrante da ONG Ilumina.
Segundo ele, além defazer a conta variartodo mês, o adicional atinge até quem economiza ou usa energia fora do horário de pico.
—Se tiver bandeira amarela, a energia será 10% ma is cara. Se tiver avermelha, 20%. Por outro lado, se as térmicas não forem usadas, não há desconto.
Fonte: O Globo
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