Paulo Tasso Lyra e Ana D"Angelo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou as conversas com representantes do setor financeiro para tentar reconstruir as pontes entre o mercado e a presidente Dilma Rousseff. Lula, que tem atuado de maneira semelhante em relação aos grandes empresários, teme que a relação desgastada atrapalhe a reeleição de Dilma. Segundo apurou o Correio, o ex-presidente acredita que um novo desequilíbrio econômico pode potencializar as candidaturas da oposição.
Lula tem sido aconselhado pelo ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci e pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. O petista já conversou com líderes do setor, como Lázaro Brandão, integrante do conselho de administração do Bradesco, Roberto Setúbal, do Itaú. Nessas conversas, surgiu a ideia da proposta de autonomia operacional do Banco Central (BC). A iniciativa serviria para passar, ao mercado e aos investidores internacionais, a imagem de estabilidade, tornando o BC imune a pressões políticas. Mas a proposta foi enterrada porque a presidente Dilma não concorda com a mudança.
Se conseguiu impedir a autonomia do Banco Central, Dilma teve que se render ao PMDB na votação do orçamento impositivo. O plenário do Senado aprovou ontem, em primeiro turno, o texto-base da proposta de emenda à Constituição que obriga a União a liberar dinheiro das emendas dos parlamentares até o limite de 1,2% da receita líquida da União. Foram 62 votos a favor e nove contra. Não houve abstenção. Hoje, serão votados os destaques ao texto. Na semana que vem, a proposta deve ir a votação em segundo turno. Depois, segue para a Câmara.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário