quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PSDB não contorna resistência de Serra

Aécio diz que no Rio candidato do partido será Bernardinho, do vôlei

Maria Lima

BRASÍLIA - A cúpula do PSDB ainda não sabe como por um ponto final na campanha paralela feita pelo ex-ministro José Serra sem maiores estragos — mas nas reuniões de segunda-feira, em São Paulo, o senador e pré-candidato do partido Aécio Neves (MG) obteve do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aval para oficializar sua candidatura o mais rápido possível. Em uma conversa franca com Serra, Aécio discutiu os fatos novos apontados por deputados e senadores para antecipar a definição, mas prometeu que isso só se dará com entendimento e concordância da maioria do partido, e tendo como condição a coesão em torno do nome escolhido. A saída, por enquanto, é esperar o assunto esfriar alguns dias, mas não esperar a virada do ano ou mesmo chegar a março, como antes acordado com Serra.

— Se acharmos que tem que antecipar, vamos fazer isso de comum acordo, sem tensão. Mais um mês ou menos um mês, não vai fazer diferença. O Serra é um aliado extraordinário. Vamos deixá-lo trabalhar em paz. Na campanha eleitoral, quando olharem para um, vão enxergar o outro. O problema interno não existe — buscou minimizar Aécio.

| Com agenda conjunta com Aécio em audiências públicas na Câmara, Alckmin também tentou negar a tensão no partido, mas no almoço com a bancada de deputados ouviu cobranças duras para que ;a campanha do PSDB seja colocada na rua imediatamente. O secretário de Energia de Alckmin, José Aníbal, encabeçou o movimento pela campanha já, discursando em nome de "Alckmin governador e Aécio presidente" Na reunião de ontem, um dirigente tucano afirmou:

— Se entrar o ano com essa imagem de candidatura "double face"! esquece (a vitória)!

Chapa puro-sangue
O presidente do PSDB de São Paulo, deputado Duarte Nogueira, reconheceu que ainda não se conseguiu convencer Serra da necessidade de antecipar a candidatura:

— O importante é que no momento certo o partido possa definir o candidato com total coesão partidária.
Ontem, em Brasília, Aécio fez uma maratona entre potenciais aliados, explicitando sua candidatura. Em almoço com senadores do Bloco União e Força (PTB/ PR/PSC/PRB), que recebeu semana passada o ex-presidente Lula, o mineiro defendeu proposta de Fernando Henrique para formação de uma chapa puro-sangue Minas-São Paulo: Aécio presidente e o líder Aloysio Nunes Ferreira (SP) vice.

— Seria muito importante se Aloysio fosse meu vice, resolveria o problema em São Paulo — disse Aécio, segundo relatos.

— O Aécio fez uma avaliação para nos convencer de que ele pode ganhar a eleição — disse o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), após o almoço.

Aécio também minimizou o impacto da coligação de Marina Silva (líder da Rede, recém-filiada ao PSB) com o presidente do PSB e pré-candidato a presidente, Eduardo Campos. E confirmou que o técnico da seleção masculina de vôlei, Bemardinho, será o candidato do PSDB no Rio, podendo ter pelo menos 9% dos votos.

— Se Marina fosse candidata, teria 20 milhões de votos, mas só transfere um terço desses votos para Eduardo — avaliou Aécio.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário: