Relatório Focus, que reúne a opinião de cerca de cem economistas, revisa para cima as previsões de inflação, tanto para 2013 quanto para 2014
Eduardo Cucolo
BRASÍLIA - Apesar de o Banco Central avisar que está "de olho" na inflação, os analistas consultados pela autoridade monetária voltaram a rever - para cima - as projeções para o IPCA, o índice oficial de preços ao consumidor.
No relatório de mercado Focus, divulgado ontem pela autoridade monetária, a previsão de inflação para 2014 subiu, pela terceira semana seguida. Passou de 5,97% para 5,98%. Há quatro semanas, estava em 5,92%. O Focus reúne projeções de cerca de cem economistas.
Para 2013, a previsão subiu de 5,72% para 5,73% na última semana, mas está abaixo dos 5,81% estimados há um mês.
Acima do previsto. Se confirmadas a expectativa do mercado, o custo de vida no ano que se inicia ficará acima dos 5,6% esperados pelo BC. No último dia 20, ao fazer suas previsões junto com o Relatório Trimestral de Inflação, o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo, disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) ficará "de olho no combate à inflação" e que o quadro inflacionário pode mudar para melhor. A afirmação foi interpretada como sinal de que o BC elevará a taxa básica de juros (Selic) em janeiro.
Nesse ponto não houve mudança nas previsões. Os analistas esperam uma alta da Selic, de 10% para 10,25% ao ano na reunião do Copom marcada pa; ra 14 e 15 de janeiro. Os juros ainda subiriam em fevereiro pa; ra 10,50% ao ano e ficariam nesse nível até o fim de 2014.
Os dois aumentos de 0,25 ponto porcentual representariam uma desaceleração no ritmo de alta dos juros, que foi de 0,50 ponto porcentual nas reuniões de maio a novembro. Entre os Top 5 (analistas que mais acertam previsões), a expectativa, nas últimas sete semanas, é que a Selic feche 2014 em 11%.
Crescimento. Também não houve mudança em relação às previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Elas permaneceram em 2,3% para este ano e em 2% para o próximo.
A projeção de alta no setor industrial em 2013 foi revisada de 1,60% para 1,59%. Em 2014, economistas preveem avanço industrial de 2,23%, mesmo porcentual da pesquisa anterior.
No que se refere ao dólar, os analistas continuam prevendo que a cotação chegará a R$ 2,45 no fim de 2014. Ontem, o BC fez o último leilão do ano de swaps cambiais. A instituição já informou que continuará fazendo intervenções diárias com esse instrumento, mas em valores menores do que os ofertados no segundo semestre de 2013. Será colocado no mercado US$ 1 bilhão por semana, em vez dos atuais US$ 2 bilhões.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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