Para Aécio, presidente tentou criar ‘ilha da fantasia’ e deixou de fora problemas do país
Rubens Bueno (PPS) também criticou otimismo exagerado
BRASÍLIA - O senador e possível candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) criticou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional. O opositor de Dilma considerou o uso da rede de rádio e TV pela presidente na noite de ontem como “autoelogio e campanha eleitoral”.
Aécio Neves destacou, em nota divulgada nesta segunda-feira, que a presidente usou o pronunciamento somente para apontar feitos do governo e deixou de fora assuntos do momento como as vítimas das chuvas.
“Na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada. Enquanto isso, no Brasil real, os resultados dos testes internacionais demonstram o contrário: o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro”, afirmou o senador.
Para o senador, a convocação de rede de TV e rádio é abusiva e aponta a fraqueza do governo Dilma.
“Essa nova e abusiva convocação de rede de rádio e televisão é mais uma demonstração da falta de limites de um governo que acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza”, destacou, em nota.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), também criticou o discurso de Dilma, que ele considera “exageradamente otimista”. Para Bueno, Dilma “dourou a pílula” e adotou tom ufanista ao não ser realista sobre a situação econômica do país.
Bueno também avalia que o discurso de Dilma sobre os programas sociais revela a falência das políticas públicas do PT nos últimos 10 anos. “Não há nada de novo além do conhecido tom eleitoreiro como a presidente trata os programas sociais desenvolvidos pelo Executivo”, disse, em nota.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), pré-candidato do seu partido à Presidência da República, criticou o que considera “excesso” do uso dos meios de comunicação pela presidente Dilma Rousseff nas datas festivas, comparando-a aos presidentes da Ditadura Militar. Randolfe afirmou ainda que, em seu discurso, a presidente ignorou “o mais importante evento de 2013”, as manifestações populares que reivindicaram melhorias no transporte público, na saúde, na educação e o fim da corrupção.
- A legislação possibilita o uso da cadeia nacional de rádio e televisão para mensagens à nação, mas está havendo um excesso desmedido. Remonta ao período autoritário usar nas datas festivas, como Páscoa, Dia da Mulher, Natal e Ano Novo. Quem fazia esse uso era a Ditadura Militar. Ainda mais na véspera do pleito eleitoral, é um desequilíbrio enorme. E há uma lacuna enorme nesse pronunciamento: a presidente abstraiu o evento mais importante do ano, que foram as manifestações populares - afirma o senador.
No pronunciamento em cadeia nacional de TV, a presidente fez um balanço das ações do governo em 2013. Dilma afirmou que dificilmente vai existir em qualquer época um país com economia perfeita, porque sempre haverá algo por fazer. Ela rechaçou as críticas da atuação do governo na economia, e citou a influência de crises financeiras externas, que, segundo ela, não foram capazes de interromper o ciclo positivo que o país vive.
Na área da Saúde, Dilma lembrou do Mais Médicos e citou o programa como um dos destaques. E, sobre as manifestações que marcaram o ano, a presidente afirmou que o combate à corrupção será perseguido em seu governo. Para Dilma, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito.
Fonte: O Globo
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