Estima-se que cerca de 450 trabalhadores sejam dispensados
De acordo com montadora, decisão está acordada há 18 meses
Roberta Scrivano, Ronaldo D’Ercole
SÃO PAULO — Diante da decisão da GM de levar adiante a demissão dos funcionários remanescentes da linha de produção do Classic, que será desativada nesta terça-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, enviou carta à presidente Dilma Rousseff pedindo sua intervenção para reverter as dispensas.
De acordo com Antonio Ferreira, o Macapá, presidente do Sindicato, em reunião com o governo semana passada, as montadoras comprometeram-se a manter os empregos em troca da volta gradual das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), rebaixadas no início do ano para estimular as vendas do setor. Por isso, pedem que a presidente Dilma force a GM a rever as demissões.
— O governo não pode colaborar com essa situação e deve evitar que isso ocorro — reivindicou Macapá.
A GM alega que as dispensas já estavam previstas há mais de um ano, quando a empresa decidiu encerrar a produção do Classic em São José. Ao todo, eram 1.500 os trabalhadores dessa linha (a MVA). Mas ao longo do ano muitos deles aderiram aos vários plano de demissão voluntária (PDV) abertos pela empresa, e agora restariam 450, que estariam sendo comunicados da demissão por cartas enquanto estão no período de férias coletivas. Macapá, do Sindicato, diz que a empresa estaria dispensando gente de outras áreas também. A GM nega.
Volks e Ford em Taubaté
O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou que as dispensas nas fábricas da Volks e da Ford em Taubaté foram decorrentes de planos de demissões voluntárias (PDVs) negociados pelas empresas com os empregados, e não têm a ver com o descontinuação de algum modelo, como na GM. Na Ford, por exemplo, o PDV foi aberto em 3 de novembro e fechado no dia 14 daquele mesmo mês. Houve 244 adesões ao programa, boa parte deles trabalhadores já aposentados, dos quais 112 já foram desligados, Os demais serão dispensados em 10 de março, quando será encerrada a produção dos motores Rocan (modelo que siará de linha por ser obsoleto ) naquela unidade.
— A informação de que a Ford está demitindo pessoal aqui não procede — disse Luiz Silvestre, diretor do Sindicato de Taubaté.
Na Volks a situação é parecida. A montadora informa que o PDV aberto este ano foi negociado no Acordo Coletivo firmado com o Sindicato em 2012, e que tem validade até 2016. “Trata-se de uma ação regular, decorrente da modernização de modelos e processos produtivos, já prevista no Acordo Coletivo”, disse a montadora em nota.
Fonte: O Globo
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