Raphael Di Cunto - Valor Econômico
BRASÍLIA - A base governista começa a ensaiar uma reação as articulações do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), para se eleger presidente da Câmara dos Deputados e deu início ontem a conversas para organizar um bloco de apoio a um candidato mais alinhado ao governo federal que reuniria, a princípio, PT, PCdoB, Pros e PDT.
O deputado André Figueiredo (PDT-CE) defende a discussão de uma candidatura independente. "Não pode ser nem subserviente ao governo, nem ter práticas que as vezes beiram a chantagem", diz. O PDT reafirmou ontem em reunião da executiva nacional, deputados, senadores e governadores eleitos o apoio ao governo
"Nenhum de nós quer ver o Eduardo Cunha presidente da Câmara e achamos que é possível construir uma outra opção", afirma a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), que cobra, porém, a definição de um candidato até a próxima semana. "Não dá para abrir negociações sem um nome para apresentar", diz.
O PT, contudo, tem adiado a definição para evitar um racha que possa favorecer outro candidato. Três nomes se colocaram para a disputa: o dos ex-presidentes da Câmara Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS) e o vice-líder do governo, José Guimarães (CE). Em 2005, quando a sigla lançou dois candidatos, o PP acabou eleito.
Hoje, os deputados petistas realizam um seminário com a presença do presidente do PT, Rui Falcão, e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) para discutir a conjuntura e possibilidades para a eleição. Mas o nome do candidato não sairá desta reunião, alerta o líder do partido na Casa, Vicentinho (SP).
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