terça-feira, 29 de setembro de 2015

Dívida pública federal sobe 3,16% em agosto e chega a R$ 2,7 tri

• Com alta da moeda americana, débitos do país no exterior cresceram 4,35% no mês

Bárbara Nascimento - O Globo

- BRASÍLIA- A dívida pública federal — que inclui o endividamento interno e externo do país — aumentou 3,16% em agosto, para R$ 2,686 trilhões. Conforme relatório divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional, a desvalorização do real fez com que a dívida externa saltasse 4,35% no mês, atingindo o patamar de R$ 134,32 bilhões. Enquanto a dívida interna, que representa 95% do total, subiu 3,10%, a R$ 2,551 trilhões.

O resultado da dívida para o mês passado é fruto de uma emissão líquida ( já descontados os resgates) de R$ 49,95 bilhões, de uma apropriação positiva de juros no valor de R$ 36,89 bilhões e da desvalorização do real frente ao dólar.

O prazo médio de endividamento caiu de 4,63 anos em julho para 4,56 anos em agosto, o que pode indicar um início de deterioração da saúde da dívida, segundo analistas. O percentual de títulos que devem vencer nos próximos 12 meses subiu de 22,44% em julho para 25,20% em agosto.

— Na média, o encurtamento do prazo parece pequeno, mas como o número de títulos que vence em curto prazo aumentou, e o de longo prazo diminuiu, significa que a paciência do mercado está menor — avaliou o analista da Tendências Consultoria Fábio Klein.

Custo da dívida supera Selic
O custo médio da dívida acumulado nos últimos 12 meses aumentou 0,94 ponto percentual, indo de 14,99% para 15,93% ao ano. O professor Fernando Zilveti, especialista em contas públicas da Universidade de São Paulo ( USP), ressalta que o percentual está, inclusive, acima da Taxa Selic, hoje em 14,25%, o que pode ser preocupante, à medida que o estoque tem aumentado a um custo de financiamento alto.

O percentual de estrangeiros que possuem títulos da dívida interna brasileira caiu em agosto, pela quarta vez consecutiva, de 19,56% em julho para 19,14%. A maior parte dos títulos da dívida brasileira estava, em agosto, nas mãos de instituições financeiras ( 25,48%) e fundos de investimento ( 20,53%). A preocupação dos analistas de mercado é que, com o rebaixamento da nota do país pela Standard & Poor’s, o número de estrangeiros detentores da dívida caia com mais força. 

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