Por: Fábio Matos – Assessoria do Parlamentar
A chamada “reforma administrativa” prometida pelo governo de Dilma Rousseff, com a suposta redução no número de ministérios e as negociações envolvendo o PMDB, maior partido da base aliada, é uma “autodefesa” da presidente da República, que vê seu mandato ameaçado pela abertura do processo de impeachment no Congresso Nacional. A avaliação é do deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, que participou nesta segunda-feira (28) do programa “Gente Que Fala”, da AllTV e da Rádio Trianon.
“A tal reforma administrativa foi transformada em um butim para tentar atrair um partido na tentativa de se livrar do impeachment. Não se trata de nenhum ajuste, mas de uma mera autodefesa”, afirmou o parlamentar em referência às conversas entre Dilma e o PMDB sobre o espaço do partido na nova configuração ministerial.
Além de Freire, compuseram a bancada do programa o advogado Alexandre Thiollier, o jornalista Antônio Carlos Cimino e o subprefeito de Vila Formosa, Aricanduva e Vila Carrão, Quintino Simões Pinto. A atração foi comandada pelo apresentador Zancopé Simões.
Segundo Freire, a proposta de ajuste fiscal encampada pelo atual governo não terá grande impacto para aliviar a grave crise econômica que atinge o país. “Das propostas feitas pelo governo, 90% são atribuição direta do Congresso. Dilma não fez praticamente nada de concreto”, criticou. “Esse ajuste não tem nada a ver com a retomada do crescimento da economia. Ao contrário, vai aprofundar a recessão.”
Impeachment
Para o deputado, apesar de buscar uma sobrevida política, a petista não deve ter condições de impedir a abertura de um processo de impedimento pela Câmara dos Deputados. “Há uma grave perda do senso de responsabilidade com a República. Isso não pode continuar. Mais dia, menos dia, vamos ter a instalação do processo de impeachment no Congresso Nacional. Já está encaminhado.”
O parlamentar estabeleceu uma comparação entre o momento atual e o período vivenciado pelo país às vésperas da destituição do ex-presidente Fernando Collor. “É importante lembrar que o impeachment não é algo inédito no país. São situações distintas, mas o processo tem similitudes com o que houve com Collor”, destacou.
Na entrevista, Roberto Freire classificou a situação atual do Brasil como “uma das maiores crises da história republicana” e “um desastre”. “O ministro da Saúde declarou hoje que não há recursos. O déficit não é só para o próximo ano. O Orçamento já não pode ser cumprido agora”, afirmou.
'Portugal Dentro de Nós'
Ainda nesta segunda-feira, o deputado Roberto Freire foi o convidado especial do programa “Portugal Dentro de Nós”, da Rádio Trianon, dedicado à comunidade portuguesa que vive em São Paulo. O parlamentar foi entrevistado pelos apresentadores Martins Araújo e Adriana Cambaúva.
“Quando começa a haver ingovernabilidade, o país não sabe para onde vai. Isso talvez traga mais prejuízo ao Brasil que retirar a presidente”, afirmou Freire sobre o impeachment. “Quem vai resolver a crise é a política, é o Parlamento. Será dele a última palavra sobre essa crise.”
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