Por Fernando Taquari e Renata Batista – Valor Econômico
SÃO PAULO e RIO - O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) calcula que faltam 58 votos para a oposição ter maioria suficiente na casa para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Sampaio previu, em evento em São Paulo, no Instituto Fernand Braudel, que o processo contra a petista deve ser aberto na Câmara em outubro para seguir ao Senado em novembro. Segundo o tucano, as movimentações da presidente para garantir a base de sustentação, com a reforma ministerial, não surtiram efeito até o momento.
Os pedidos pelo impeachment devem ser indeferidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a partir da próxima semana e a oposição deve recorrer da decisão em plenário, onde podem conseguir reverter a decisão por maioria simples. Neste caso, será criada uma comissão que deverá elaborar um parecer contra ou a favor do afastamento. Se o parecer for favorável, terá que ser aprovado depois por 342 deputados Sampaio calcula que a oposição conta, atualmente, com 284 votos. Afirma ter 20 votos no PMDB e que PT, PR e PP devem ser as legendas mais fiéis ao governo e contra a tese de afastamento de Dilma.
No Rio de Janeiro, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), minimizou a possibilidade de Dilma recompor maioria no Congresso por meio de uma reforma ministerial. Aécio disse ontem que a presidente está "de cócoras" para o Congresso. Em discurso para novos e antigos correligionários, Aécio disse que o seu partido perdeu a eleição presidencial em 2014, mas saiu fortalecido, enquanto o PT e a presidente estão sem condições de governar e, em vez de fazerem a reforma administrativa "necessária", usam ministérios importantes para manter a presidente no cargo "por mais uma semana". "O governo dela é cada vez mais refém da semana seguinte", completou.
Aécio, que participou de cerimônia de filiação do PSDB do Rio, disse que a saída da crise se dará dentro do que prevê a Constituição. Ele espera que a investigação das contas de campanha da presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para apurar se foram usados recursos oriundos de propina da Petrobras, comece essa semana. "O impeachment é uma previsão constitucional, entre outras, como o afastamento pelo TSE e até a saída voluntária da presidente", disse. Segundo o tucano, que está fazendo uma rodada de visitas aos diretórios estaduais, o partido tem conseguido ampliar sua base, com novas filiações, enquanto o PT, que chamou de "principal adversário", perde quadros.
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