Eliane Oliveira - O Globo
- BRASÍLIA- Mais recessão e inflação em 2015 e 2016 é o que esperam os analistas das principais instituições financeiras do país, ouvidos pelo Banco Central. A pesquisa semanal Focus divulgada ontem piorou, pela 11 ª vez seguida, a previsão de queda do Produto Interno Bruto ( PIB) este ano, de 2,7% para 2,8%. E o recuo esperado para 2016 passou de 0,8% para 1%. Já a estimativa para o IPCA em 2015 aumentou de 9,34% para 9,46% e, para o ano que vem, de 5,7% para 5,87%.
A taxa básica de juros ( Selic) prevista para 2015 ficou estável em 14,25% e subiu de 12,25% para 12,5% em 2016. Já a expectativa para o dólar neste ano passou de R$ 3,86 para R$ 3,95.
Para Silvio Campos Neto, da Consultoria Tendências, o pessimismo se deve a três fatores:
— O Brasil vive hoje uma crise fiscal, política e econômica. Difícil dar um peso maior para um ou para outro. Foram feitas escolhas econômicas que se mostraram equivocadas nos últimos anos. E o lado político impede que os ajustes fiscais sejam feitos da forma necessária.
Carlos Eduardo de Freitas, exdiretor do Banco Central, avalia que a situação só vai melhorar com medidas que contribuam para a geração de riqueza.
— São necessárias medidas que facilitem o investimento e a poupança. Não se fala mais na Agenda Brasil. O próprio pacote fiscal é composto, em 70%, por aumento de carga tributária. Se eu fosse empresário, pelo menos por enquanto, tiraria meu time de campo — afirmou Freitas.
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