• Polícia acusa empresário que já foi o 7º homem mais rico do mundo de dar US$ 16 mi de propina a Cabral
O empresário Eike Batista teve a prisão preventiva decretada na Operação Eficiência e é considerado foragido. Já tido como o sétimo homem mais rico do mundo, ele foi incluído na lista de procurados da Interpol. É suspeito de corrupção ativa por repassar propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB), por meio de simulação de contrato de consultoria para compra de uma mina de ouro na Colômbia pelo grupo do empresário em 2011. Os recursos ilícitos foram convertidos em ações da Vale, Petrobrás e Ambev. Com passaporte da União Europeia, Eike embarcou para os EUA na terça-feira. Investigadores suspeitam de vazamento da operação. A passagem para Nova York foi comprada no mesmo dia. A mulher, Flavia, e o filho caçula viajaram na quarta. O empresário não tem curso superior. Se preso, ocupará cela para preso comum.
Juiz manda prender Eike por propina para Cabral
• Operação. Empresário que foi dono da 7ª maior fortuna do mundo é suspeito de repassar R$16,5 mi para ex-governador fluminense e foi incluído na lista de procurados da Interpol
Clarissa Thomé Constança Rezende Mariana Durão Vinicius Neder |O Estado de S. Paulo
RIO - O empresário Eike Batista teve a prisão preventiva decretada na Operação Eficiência, quinta fase do desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, desencadeada ontem. Ele havia deixado o País na terça-feira passada e é considerado foragido. Aquele que já figurou como o sétimo homem mais rico do mundo foi incluído na difusão vermelha da Interpol, índex de criminosos procurados.
Eike é suspeito de corrupção ativa ao repassar propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) por meio de simulação de contrato de consultoria para compra de uma mina de ouro na Colômbia pelo grupo do empresário em 2011. Os recursos ilícitos foram convertidos em ações da Vale, Petrobrás e Ambev. O ex-governador também é suspeito de fazer repasses que somam R$ 1 milhão para o escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo – Cabral e Adriana cumprem prisão preventiva na Operação Calicute.
Eike, que possui passaporte da União Europeia emitido pela Alemanha, embarcou para os Estados Unidos na noite de terça-feira. Investigadores suspeitam de que tenha havido vazamento da operação. A passagem para Nova York havia sido comprada naquele mesmo dia. A mulher, Flavia, e o filho caçula, viajaram no dia seguinte.
O empresário não tem curso superior – estudou apenas os primeiros cinco semestres de engenharia na Alemanha. Se tivesse sido encontrado, ocuparia uma cela para presos comuns. O advogado de Eike, Fernando Martins, disse que ele vai se entregar, mas não informou a data.
A prisão preventiva foi decretada no dia 13. O mandado, no entanto, só é expedido para os aeroportos no dia da operação, a fim de evitar vazamentos. O delegado federal Tácio Muzzi afirmou que era preciso aguardar o repatriamento de parte dos recursos antes de a ação policial ser deflagrada. Muzzi disse que a PF vai investigar se o empresário recebeu informações privilegiadas sobre a operação.
Nesta fase da investigação, os procuradores identificaram a ocultação de US$ 100 milhões (R$ 318 milhões, na cotação de ontem). O esquema, que teria como principal beneficiário o ex-governador do Rio, se valeu de vários artifícios para escamotear a origem do dinheiro ilícito: além da compra de ações, ¤1 milhão foram “lavados” na aquisição de diamante guardados em um banco na Suíça. Segundo a procuradoria, o patrimônio da quadrilha foi comparado a “um oceano ainda não completamente mapeado”. Cerca de R$ 270 milhões já foram recuperados.
Delação. A operação teve como base o acordo de delação premiada assinada pelos irmãos Renato e Marcelo Hasson Chebar, operadores do mercado financeiro, que se apresentaram aos procuradores após a Calicute. Eles contaram que fizeram operações para Cabral entre 2002 e 2007, distribuindo US$ 6 milhões em diversas contas do exterior.
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