- Folha de S. Paulo
Procura-se um candidato que demonstre capacidade de vencer as eleições de 2018, sob a bandeira de reformas do governo, mas que não necessariamente defenda o presidente Michel Temer.
Em entrevistas à Folha, publicadas ontem e hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentam traçar o perfil de um candidato governista.
No último Datafolha, nenhum possível presidenciável palaciano demonstrou fôlego nas intenções de voto. O nome mais cogitado até agora, o do ministro Henrique Meirelles (PSD), não passa de pífios 2%.
Tanto Maia quanto Jucá sinalizam descartá-lo da corrida presidencial. O presidente da Câmara lembra que Meirelles precisa, primeiramente, saber se seu partido, o PSD, pretende ajudá-lo: "O partido vai até o final com ele ou não?".
Jucá, que está longe de ser um aliado de Meirelles, vai direto ao ponto que enfraquece o ministro da Fazenda: "Tem que ser um candidato que demonstre capacidade de ganhar a eleição. Essa será a principal aglutinação que ele poderá fazer".
Maia diz que a chance de topar a vice de uma chapa é "zero" e afirma que sonha em ser presidente, mas que não tem viabilidade eleitoral.
Discretamente, porém, o presidente da Câmara deixa a hipótese de ser candidato em aberto ao afirmar que, no caso de Lula ficar de fora, "zera o jogo" e "tudo que está colocado em pesquisa é besteira".
Segundo ele, o nome que defender a agenda de reformas não precisa tatuar na testa 'sou Michel Temer". Jucá diz que o postulante deverá atuar a favor do legado econômico, e não em defesa do governo.
Ambos buscam manter distância de Geraldo Alckmin (PSDB). Querem valorizar o passe de seus grupos. É evidente que o tucano, ao se movimentar pelo apoio do partido à reforma da Previdência, indica desejo em preencher o perfil descrito, sem a tatuagem de 'Temer' na testa.
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