- O Estado de S. Paulo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai usar o “Bolsa Dignidade”, projeto do governo que seria a evolução do Bolsa Família, para travar um novo embate com Michel Temer. Maia começará se opondo terminantemente à discussão de mudanças no Bolsa Família por medida provisória, uma vez que o programa é estabelecido em lei.
“O Congresso já teve supressão de poder com a intervenção. Medida provisória também suprime esse poder e é a decisão de uma pessoa se sobrepondo à do Parlamento”, disse o pré-candidato do DEM à coluna.
A segunda frente de oposição ao projeto é conceitual: Maia, em seu ensaio de candidatura à Presidência, vai propor a criação de um Seguro Social com duas bandas. Uma que manteria o que é hoje o Bolsa Família. A outra seria variável, e agregaria valor de acordo com a progressão educacional dos filhos de famílias que recebem o benefício. “Nosso projeto não é garantir a administração da pobreza, mas a mobilidade social e educacional”, afirmou, fustigando Temer, seu alvo preferencial na pré-campanha.
Tanto que Maia conversou até com o PT, e combinou com o partido de unir forças na Casa contra a mudança no programa por MP e nos termos esboçados pelo governo.
PSDB
Por pragmatismo, tucanos driblam desconfiança
Geraldo que não confiava em João, que temia Bruno. Se o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, ganhasse uma versão para refletir o clima no PSDB paulista, seria assim. Geraldo Alckmin e seus aliados temem que, uma vez fora da Prefeitura, João Doria Jr. volte a flertar com uma candidatura à Presidência, fustigando o aliado que demora a crescer nas pesquisas (e não evitou as prévias). O time do prefeito, por sua vez, receia que, empossado prefeito, Bruno Covas abandone sua campanha. Mas prevalece a avaliação de que o pragmatismo os obrigará a engolir as desconfianças que têm um com o outro e trabalhar juntos.
SINTO MUITO
Kassab prepara conversa definitiva com Meirelles
Deverá ocorrer ainda nesta semana a conversa definitiva em que Gilberto Kassab dirá a Henrique Meirelles que não há espaço para sua candidatura presidencial no PSD. Restará a ele, caso insista na disputa, ir para o MDB, mas também sem garantia de que terá a legenda.
SEGURANÇA
Operação da PF no Rio atuou com gabinete da intervenção
A Polícia Federal, a força-tarefa do Ministério Público Federal e o gabinete da intervenção federal no Rio atuaram em conjunto para preparar e deflagrar a Operação Pão Nosso. O ministro Raul Jungmann (Segurança), o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, conversaram sobre a iniciativa na véspera. O interventor, general Walter Braga, deixou de afastar os policiais presos nesta terça-feira para evitar soar o alarme de que eles seriam alvo da investigação da PF.
LÁ OU CÁ?
Cotado para lugar de Lula, Haddad pode disputar em SP
Cresce no PT paulista um grupo que defende que seja Fernando Haddad, e não Luiz Marinho, o candidato ao governo de São Paulo. A tese dessa ala do partido é que Haddad poderia confrontar realizações com Doria e fustigar o tucano por ter abandonado a Prefeitura com mais propriedade que Luiz Marinho – de cuja falta de entusiasmo com a disputa os petistas se queixam nos bastidores.
PLANO L
PT diz que não discute nomes, pois Lula escolherá substituto
Embora e Haddad e Jacques Wagner figurem como possíveis candidatos do PT caso Lula seja impedido, dirigente próximo ao petista vaticina: “Ninguém discute isso. Se o Lula não puder ser, ele vai decidir”. E emenda metáfora futebolística polêmica: “Se você é o técnico da seleção e dizem que o Pelé não pode jogar a final, você vai escolher o substituto antes de o campeonato começar? Não, vai botar o Pelé para jogar como um ensandecido até a semifinal. Na final vê quem é o adversário, como estão seus jogadores, e escolhe”.
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