terça-feira, 1 de novembro de 2022

Cristina Serra - Lula e um país em carne viva

Folha de S. Paulo

Urnas mostraram que vencedores e vencidos têm pouquíssima capacidade de se comunicar

Bolsonaro, nunca mais teus maus bofes, tua vulgaridade e tuas mentiras, tuas agressões às mulheres, teus arrotos e palavrões, tuas ofensas aos negros, aos povos indígenas e aos brasileiros do Nordeste, teu ódio aos pobres.

Nunca mais teus fardados bolorentos, teus valentões de Twitter, tuas falanges raivosas, tuas milícias terroristas. Como disse o anônimo haitiano que te enfrentou, em 2020: "Bolsonaro, acabou".

Bolsonaro nunca mais? Não, seus 58 milhões de votos não permitem tal afirmação. As urnas mostraram que vencedores e vencidos têm projetos de país inconciliáveis e pouquíssima capacidade de se comunicar, mas, ao realizar a façanha de se eleger para o terceiro mandato, Lula já diz a que veio.

Lula tem pressa. E o Brasil também. Em seu primeiro discurso pós-eleição, falou de paz e diálogo. Engrandecerá sua biografia se conseguir unir este país em carne viva. Sua trajetória alcança contornos épicos. Lula foi capaz de reafirmar sua liderança depois do golpe de 2016, de uma prisão injusta e de ter tido sua reputação emporcalhada por uma conspiração judicial-midiática. Ao completar seu mandato, em 2026, será o presidente que por mais tempo terá exercido o poder consagrado pelo voto popular.

Sobre a luta permanente por democracia e justiça social, um belo livro dos anos 1970 nos serve como reflexão neste momento crucial de reconstrução. É o pungente "Em câmara lenta", de Renato Tapajós, em nova edição (editora Carambaia), 45 anos depois da primeira.

Um dos personagens reflete sobre os anos de combate à ditadura: "(...) mudar o mundo é transformá-lo sempre — nossa contribuição nunca está dada. Por maior que tenha sido ela, por maior que tenha sido qualquer vitória, nossa contribuição está sempre por fazer. Os que se satisfazem com qualquer vitória desertam no momento mesmo em que se satisfazem. (...) As coisas que valem a pena são aquelas que ainda não foram feitas." É o que Lula precisa fazer.

5 comentários:

Anônimo disse...

O que Lula precisa é REFAZER a Democracia brasileira... As milícias bolsonaristas e seus papagaios mentirosos não aceitarão isto! Mas a vitória de Lula legitima sua/nossa luta! Democracia sempre!

Anônimo disse...

Cara de pau dizer que esse ladrão pode trazer alguma coisa de boa pro Brasil vocês são todos da mesma panela

Anônimo disse...

Quem não vê a maldade que exala a distância, certamente são iguais a ele. Que padeçam no inferno que eles mesmos construíram. Como bem disse o Chaplin: “ O mundo precisa é de bondade”. Que os Hitles constru se império nos quintos dos infernos e permaneçam lá, onde a malvadeza é um predicado. Só quem sofreu perseguição pode entender a crueldade desse antro de ladroes da pátria.

Anônimo disse...

Pomba gira nas calandras do inferno.

Anônimo disse...

O papagaio bolsonarista estava satisfeito com o isolamento do Brasil no mundo. Os bolsonaristas são vassalos eternos do Trump e assim permaneceram durante os 4 anos do DESgoverno Bolsonaro. Estão raivosos porque Lula, 48 horas depois de sua vitória, já voltou a colocar o Brasil no mapa da política mundial, contactado por Biden, Makron e dezenas de outros líderes mundiais. Bolsonaro e seu DESgoverno eram solenemente ignorados por tais líderes, pois eram inexpressivos e desprezíveis internacionalmente. Afinal, quem se interessaria por LIXO brasileiro?