domingo, 2 de novembro de 2025

Quantas chacinas mais? Que fazer?...por Alfredo Maciel da Silveira

Ninguém tem razão no debate desses dias!

De fato, não adianta chacinar bandidos e soldadinhos dessas poderosas facções.

O que pode fazer um adolescente coagido a trabalhar para organizações criminosas?  Mudar-se de bairro?...

Impossível!

Da outra vez, por sobrevivência, vieram roubar celulares em Sepetiba, lugar “ainda” bucólico, onde moro. Ao que se diz, a milícia logo os matou.

Para se entender ilustrativamente a cultura vigente nessas imensas comunidades de favelas. Há uns quinze anos ou mais, uma netinha de minha empregada doméstica, de uns dez anos, nascida e criada em favela, viera passar o dia em minha casa. No meio da tarde, ouviu o barulho de fogos. Assustadíssima, perguntou-me:

__ “Aqui tem polícia?”...

A pergunta era de pavor da polícia, pois em sua comunidade os fogos eram aviso de chegada da mesma...

E aqui? O significado era quase simétrico. Anunciava aos “clientes” a chegada da droga!...

Meu argumento é radicalmente distinto do presente debate, mas ninguém da política trata dele! Minha tese é socioeconômica!

Como já escrevi várias vezes a propósito, trata-se de o país crescer a 6% aa sustentadamente, por décadas.

Lula é carismático, esperto, bom negociador, mas é um "tosco”, inculto e emotivo! Há poucos dias, em viagem ao exterior, criticando Trump sobre o narcotráfico, disse num “sincericídio” que “a culpa é dos viciados”...

Sonha e chora com o pobre fazendo "três refeições". Só enxerga políticas assistencialistas. E não o “culpo” por isto... Afinal, Obama o chamara de “The Guy”... Pra bom entendedor, Lula é “quadro”..., “deles”...

No primeiro mandato botou o Meirelles, chefão do Boston Group, no Banco Central. O médico Palocci, ex-LIBELU, na Fazenda.

No Congresso preferiu, comprar aqueles que ele mesmo chamara de "trezentos picaretas", a um acordo com o amigo FHC, que já não fosse por um pacto estratégico, mas por reformas estruturais caso a caso.

Depois, com Dilma, tentou botar o Trabucco, chefão do BRADESCO, no Min da Fazenda. Trabucco indicou o Joaquim Levy, diretor do Bradesco.

Os governos não têm dinheiro pra urbanizar favelas, levar serviços públicos às mesmas, manter seus espaços públicos abertos à circulação mínima de veículos, manter a segurança dos cidadãos, etc, etc...

E não se faz urbanização com "Calabouço Fiscal".

O prematuramente falecido Eng Julio Bueno, ex - secretario de finanças do Estado do Rio de Janeiro demonstrara em livro de 2017 (“Rio em Transe – no núcleo da crise”), em parceria com a ex-secretária de comunicação Jacqueline Farid daquela Secretaria, a insolvência do Estado do Rio face à dívida com a União.

Agora mesmo neste outubro de 2025, o Estado anuncia a possível venda do complexo esportivo do Maracanã para mitigar suas dívidas com a União.
Não vou criar Canal no YouTube, com equipe de suporte, sair do "low profile" e virar agitador. Temos ótimos economistas, mas no ostracismo. Nenhum no governo!

Como engenheiro, fiz carreira em grandes empresas estatais e privadas. Fui preparado, praticamente a convite, no doutorado em economia, para ser um quadro estatal especializado em metodologia de Planejamento em economias de mercado. Eram tempos da “Nova República”. Mas institucionalmente tudo veio abaixo. Então fiz do limão a limonada. Lecionei Desenvolvimento Socioeconômico e outras disciplinas de economia conexas, por mais de dez anos. Creio, reitero, apenas creio, não me faltarem eloqüência, didática e verve expositiva. Como aprendi com Antonio, o sardo (“Previsão e Perspectiva”): “(...)Só quem deseja fortemente é capaz de identificar na realidade os elementos necessários à realização da sua a vontade.”

O Brasil tem que acordar!

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