Em caminhada pelas ruas, candidato à reeleição critica governo federal e pede também mais faculdades de medicina e reajuste no valor das casas populares
Marcelo da Fonseca
O velho ditado "amigos, amigos, negócios à parte" se aplica frequentemente na política, ainda mais quando se trata de eleição. Ontem, pouco antes de iniciar a caminhada pela Rua Jacuí ao lado de militantes e vereadores de sua coligação em busca de apoio dos moradores e comerciantes do Bairro Renascença, na Região Nordeste da capital, o prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, pôs em prática a antiga sabedoria popular e fez duras cobranças ao governo federal, que está do outro lado da disputa. Os elogios à presidente Dilma Rousseff (PT) feitos no mês passado durante o anúncio da liberação de recursos para o Anel Rodoviário e para a duplicação da BR-381 deram espaço às cobranças por mais agilidade em alguns setores apontados como problemáticos pela administração municipal. A não liberação dos recursos prometidos para a primeira fase do projeto de expansão do metrô da capital, a carência de novas universidades com o curso de medicina e a indefinição para o reajuste nos preços das habitações populares foram atribuídas à falta de apoio do Palácio do Planalto.
"Estamos aguardando os primeiros repasses, sendo que o primeiro seria de R$ 60 milhões, prometidos para a contratação de um projeto executivo e auditorias dos dados do atual metrô. A bola neste momento está com o governo federal", afirmou Lacerda. Segundo ele, os serviços de topografia e sondagem já foram contratados e o planejamento que cabe ao poder municipal está em andamento, mas como o metrô é federal sua expansão deve ser uma decisão do governo federal. "É um problema que tem 30 anos. Então, todas as gestões anteriores falharam nesse processo", explicou o candidato.
Outro setor em que o governo federal recebeu duras críticas de Lacerda foi a saúde. O prefeito rebateu as críticas de Patrus Ananias (PT) de que 100 unidades do Programa Saúde da Família (PSF) estariam sem médicos e apontou a falta da construção de escolas de medicina pelos últimos governantes como um dos entraves enfrentados por prefeituras em todo o país na gestão da saúde pública. "O governo federal deveria ter agido há mais tempo, abrindo mais escolas de medicina no país, mas não agiu. Não só o atual, mas os anteriores também. Abrimos um concurso no ano passado e há poucas semanas assinei a nomeação de mais de 500 médicos. Em breve todos os problemas com a falta de médicos em postos de saúde estarão resolvidos. Mas a falta de médicos é um problema do Brasil inteiro e se você ligar para o ministro da Saúde ele vai confirmar isso", criticou Lacerda.
Ao abordar o tema da habitação, o prefeito ressaltou pontos deixados de lado pelo ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome nas políticas habitacionais dos governos petistas. "Temos uma política municipal de habitação que tem dado resultado. Os movimentos que defendem as ocupações, que alguns chamam de invasões, são movimentos mais radicais que não aceitam a política de habitação do governo federal e que o município pratica. Acho estranho que o ex-ministro não defenda essa política que vem sendo colocada em prática em BH, já que é a mesma do governo federal", disse o prefeito.
Ontem à noite Lacerda se encontrou com representantes de cooperativas e recebeu apoio à sua candidatura.
PPP da educação
Durante a caminhada na Região Nordeste, ontem o prefeito Marcio Lacerda (PSB) anunciou a construção de 37 escolas por meio de uma parceria público-privada (PPP) para os próximos dois anos. A assinatura do projeto será hoje, às 11h, na Umei Timbiras, no Centro. Entre as novas escolas anunciadas, 32 serão Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis) e cinco de ensino fundamental. Segundo a prefeitura, as novas escolas vão abrir cerca de 18 mil vagas e, por meio de uma concessão administrativa, a construção e operação de serviços não pedagógicos – manutenção, limpeza e segurança – serão prestadas por empresas privadas, enquanto as atividades pedagógicas e serviço de merenda continuam sob responsabilidade da prefeitura.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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