Valor é ainda maior se considerado extrato de Joesley, de US$ 70 milhões
Também presente nas denúncias feitas por Joesley Batista, da JBS, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva soma pelo menos R$ 82 milhões em vantagens indevidas que ele e seus familiares são acusados de receber no esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato. Segundo cálculo feito pela revista “Época”, essa quantia foi obtida “em vantagens indevidas — bens ou pagamentos ilegais.” O montante, porém pode ser maior porque foi somado antes da delação de Joesley, que afirmou ter separado US$ 70 milhões de propina em uma conta cujos extratos eram, segundo o empresário, de conhecimento de Lula.
Além do apartamento tríplex no Guarujá e de reformas no sítio de Atibaia, o petista responde por ser beneficiário na aquisição de uma nova sede para o Instituto Lula, de envolvimento na compra de um apartamento no prédio onde mora, além de ter seu nome associado ao pagamento, pela OAS, da manutenção do acervo presidencial.
Contas da força-tarefa da Lava-Jato mostram que Lula teria sido beneficiado desta forma: tríplex (R$ 3,7 milhões), Instituto Lula (R$ 12 milhões), sítio (R$ 1 milhão), apartamento (R$ 500 mil), além de investigações que o apontam como beneficiário de esquemas envolvendo seu sobrinho Taiguara Santos (R$ 24 milhões), e do seu filho, Luís Cláudio (R$ 2,5 milhões)
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o empresário Marcelo Odebrecht reforçou acusações contra o petista. Afirmou que a empreiteira mantinha uma espécie de conta-corrente com o PT, na qual estavam provisionados R$ 35 milhões em uma subconta denominada “Amigo”, codinome utilizado para fazer referência a Lula.
Dessa conta, segundo Marcelo Odebrecht, saíram os R$ 12 milhões utilizados na aquisição de um terreno que serviria como sede do Instituto Lula. A propriedade, no entanto, não foi aprovada pelo ex-presidente. Segundo Marcelo, como o negócio não seguiu, os valores em nome de “Amigo” foram novamente creditados na planilha. O acerto em relação à conta teria sido feito com o exminstro Antonio Palocci.
— O Lula nunca pediu diretamente, combinei via Palocci. Ao longo de alguns usos (da conta) ficou claro que era para o Lula, alguns (saques) saiam em dinheiro e ele (Palocci) pedia para descontar do saldo “Amigo” — afirmou Marcelo, à época do depoimento.
O ex-presidente nega qualquer relação a uma conta que se refira a ele como “Amigo”. Segundo a defesa de Lula, nem o apelido e nem a planilha são de sua autoria ou conhecimento. Para a defesa de Lula, o expresidente jamais solicitou ou recebeu qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou para qualquer outra empresa e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ser presidente da República, eleito por dois mandatos.
A Odebrecht ainda teria contratado o sobrinho de Lula como contrapartida ao lobby que o ex-presidente teria feito a favor da empreiteira no exterior. A empresa de Taiguara teria obtido contratos em Angola no valor de US$ 7,5 milhões com a empreiteira. Já Luís Cláudio, filho de Lula, por sua vez, teria recebido R$ 2,5 milhões pela suposta influência do pai a favor da empresa sueca Saab e das montadoras MMC e Caoa. “Seus familiares tiveram seus sigilos fiscais e telefônicos quebrados, sua residência e de seus familiares sofreram busca e apreensão há mais de um ano, mais de cem testemunhas foram ouvidas em processos e não foi encontrado nenhum recurso indevido ou ilegalidade cometida pelo ex-presidente”, afirma o Instituto Lula sobre o tema.
Em Atibaia, as melhorias que teriam sido feitas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, de acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, (MPF) custaram R$ 1 milhão.
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