Temer recua de pedido para suspender inquérito contra ele no Supremo
Defesa de presidente se diz atendida com decisão do STF para que seja realizada perícia em áudio e apresenta análise própria
Isadora Peron e Breno Pires, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O advogado Gustavo Guedes afirmou nesta tarde de segunda-feira, 22, que a defesa do presidente Michel Temer entrou com um novo pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o inquérito contra o peemedebista não seja mais suspenso. A declaração foi dada após um encontro com o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.
Segundo Guedes, a defesa se sentiu atendida com o deferimento do pedido para que fosse realizada uma perícia no áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS. “Eu vim dizer (a Fachin) que, diante desse deferimento, não víamos mais a necessidade de suspender o processo e que o presidente quer que esse assunto seja resolvido o mais rápido possível”, disse.
Segundo ele, Temer quer que o processo siga o curso normal e que fique comprovado a inocência do peemedebista. “O presidente quer dar essa resposta ao País o mais rapidamente possível”, disse.
Guedes afirmou ainda que a equipe que defende Temer no caso encomendou uma perícia particular do áudio e que foram constatados cerca de 70 pontos de “obscuridade” na gravação. O perito Ricardo Molina, contratado pela defesa, disse ter certeza de que a Polícia Federal vai identificar falhas técnicas no material e que do ponto de vista técnico a gravação não pode ser considerada autêntica. “Eu tenho certeza de que a Polícia Federal vai ver isso.”
Vai e vem. O novo pedido protocolado no STF muda a estratégia de defesa de Temer, que na semana passada pediu para que o inquérito fosse suspenso. Inicialmente, o julgamento dessa questão de ordem estava marcado para a próxima quarta-feira, 24, mas nesta segunda a presidente da Corte, Cármen Lúcia, afirmou que o pedido do peemedebista só seria levado a plenário após a conclusão da perícia no áudio gravado pelo empresário da JBS.
O julgamento de quarta era esperado com ansiedade pela classe política. A base aliada de Temer aguardava o resultado e o posicionamento dos ministros para decidir se permanecia ou não ao lado do peemedebista.
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