Por Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro | Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem traçado com aliados dois cenários para a denúncia contra o presidente Michel Temer. Em ambos pretende manter postura "institucional", sem defender o governo, mas também sem articular sua derrocada.
No primeiro cenário, Temer se salva, Maia fica na presidência da Câmara e disputa a reeleição ao Legislativo tentando se cacifar para um terceiro mandato seguido no comando da Casa, em 2019. No segundo, Temer é afastado, Maia assume como interino por seis meses, mantém a coalizão de partidos da base e aprova reforma mínima da Previdência.
O segundo cenário tem ganhado força com o apoio de empresários e agentes do mercado. A avaliação é que o fatiamento das denúncias contra Temer levará a agenda do governo e do Congresso a ser unicamente a das investigações. A economia ficará em segundo plano. Em setembro, se Temer se salvar, o calendário já será o das eleições de 2018 e não haverá mais chances de votar as reformas.
O afastamento de Temer e a posse de Maia, mesmo como interino, daria fôlego para a coalizão governista tentar uma agenda econômica mínima para mostrar à sociedade na eleição. A reforma da Previdência seria a possível: aprovação de idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres - uma versão mais completa, só no próximo mandato.
Com cenários tão incertos, o presidente da Câmara segue numa linha dupla. Descolou-se do governo Temer e não faz sua defesa pública nem privada, e intensificou articulações com parlamentares. Mas com um sogro no Palácio (o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência) e na tentativa de mostrar lealdade e gratidão a um presidente que o ajudou a chegar ao comando da Câmara, segue neutro, sem gestos ostensivos para derrubar o presidente.
Rodrigo Maia traça planos para qualquer desfecho sobre denúncia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem traçado dois cenários com aliados para a denúncia contra o presidente Michel Temer e que passam por manter postura "institucional", sem a defesa do governo, pela qual ficou conhecido, mas também sem articular sua derrocada. Nenhum dos projetos, hoje, envolve disputar o governo do Rio em 2018, plano inicial quando chegou ao comando do Legislativo em fevereiro. Nos bastidores o DEM já se movimenta para lançar como candidato seu pai, o vereador Cesar Maia.
No primeiro cenário, Temer se salva, Maia continua na presidência da Câmara e disputa a reeleição ao Legislativo tentando se cacifar para um terceiro mandato seguido no comando da Casa, em 2019. No segundo cenário, Temer é afastado, Rodrigo assume como interino por seis meses, mantém a coalizão de partidos da base e aprova uma reforma mínima da Previdência.
Esse segundo cenário tem ganhado corpo com apoio de empresários e agentes do mercado. A avaliação é que o fatiamento em três denúncias levará a agenda do governo e do Congresso a ser unicamente a das investigações. A economia ficará em segundo plano. Ao fim, em setembro, se Temer se salvar, o calendário já será a eleição de 2018 e não haverá chances de votar as reformas.
O afastamento de Temer e a posse de Maia, mesmo que como interino, daria um fôlego para a coalizão governista tentar conduzir uma agenda econômica mínima para mostrar à sociedade na eleição. A reforma da previdência ficaria limitada ao possível, a aprovação de uma idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, e uma versão mais completa ficaria para o próximo mandato.
Com cenários tão incertos, o presidente da Câmara segue numa linha dupla. Se descolou do governo Temer, sem fazer a defesa pública e nem privada do presidente, e passou a intensificar as articulações com parlamentares. Na noite de terça-feira, por exemplo, ficou no plenário conversando com deputados enquanto Fabio Ramalho (PMDB-MG) presidia a sessão.
Mas Maia, com um sogro no Palácio do Planalto (o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência) e na tentativa de mostrar lealdade e gratidão a um presidente que o ajudou a chegar ao comando da Câmara, segue neutro, sem gestos ostensivos para derrubar o presidente. Desde que divulgada a delação premiada da JBS, nas poucas entrevistas que deu, o deputado do DEM frisou que não atuaria para desestabilizar o governo.
Aliados ressaltam que isso não é pouco. Se quisesse, Maia poderia adotar a "pauta bomba" na Câmara para desestabilizar um presidente que precisa mostrar força no Legislativo, mas tem enfrentado consecutivas derrotas apesar de evitar a votações de assuntos mais polêmicos.
Em outra frente, Maia atua para fortalecer seu partido para o pós-Temer, seja agora, seja para a eleição de 2018. Viajou a Petrolina (PE) e Uberlândia (MG) nas últimas semanas em busca de mais parlamentares para o DEM. O alvo são principalmente descontentes do PSB que, caso se filiem em massa à legenda, a tornariam uma das três maiores da Câmara, capaz de rivalizar com PP e PSDB.
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