Com
elas retomaremos a vida normal e a motivação para encarar novos desafios
Muitos
países vivem hoje o paradoxo da pandemia com a chegada de vacinas contra a
covid-19, mas enfrentando a segunda onda do novo coronavírus. O cenário nunca
foi tão preocupante. É um quadro que aumenta a responsabilidade dos governos.
Ao mesmo tempo que adotamos medidas para reduzir taxas de transmissão,
concentramos esforços para comprar e aplicar o maior número possível de
vacinas.
No
Brasil, o cenário é ainda mais acentuado pela desastrosa ação do governo
negacionista de Jair Bolsonaro. Não por acaso, um estudo internacional apontou
que o Brasil teve a pior gestão da pandemia entre 98 países. Bolsonaro
desdenhou da crise e combateu medidas de isolamento social e de uso de
máscaras. Foi letárgico no processo de compra de vacinas e entusiasta da
cloroquina. Errou em tudo.
Desde
o início, Bolsonaro colocou-se na contramão da medicina e da vida. Gastou
recursos preciosos com drogas inócuas e chegou ao absurdo de incitar a invasão
de hospitais. O governo federal foi incapaz de garantir o suprimento de
oxigênio para os pacientes de Manaus, mesmo tendo sido avisado com
antecedência. A má gestão de Bolsonaro agravou os problemas da pandemia. Os
péssimos resultados são hoje um fato: em 2020 o Brasil viveu a pior recessão da
sua História. E tornou-se o segundo país do mundo com maior número de mortes
pela covid-19.
Passados 11 meses do primeiro caso no Brasil, a boa notícia é que os cientistas produziram, em tempo recorde, vacinas seguras e eficazes. O governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, foi pioneiro no desenvolvimento da Coronavac com o laboratório Sinovac. Essa parceria bem-sucedida garante a oferta de 100 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunizações. Graças ao esforço da ciência de São Paulo, já temos mais de 2,2 milhões de brasileiros vacinados. E a vacina do Butantan responde por 85% das imunizações dos brasileiros. A cada dez vacinados no Brasil, ao menos oito receberam a vacina do Butantan.
Iniciamos
as obras de uma nova fábrica de vacinas do Instituto Butantan. Contamos com a
solidariedade de empresas privadas que financiaram integralmente a obra. Hoje,
esse esforço contabiliza R$ 162 milhões em doações. A unidade terá produção
exclusiva de vacinas contra o coronavírus e será inaugurada em outubro.
O
Brasil precisa de mais de 320 milhões de doses para vacinar sua população. Para
garantir a imunização geral até o final do ano teríamos de aplicar mais de 1
milhão de vacinas por dia. Há esse esforço de São Paulo em favor de todos os
brasileiros. Mas precisamos do mesmo comprometimento em nível federal. A
campanha Vacina Já, da administração paulista, sinaliza também que o País deve
ter mais vacinas já. O governo federal precisa fazer a sua parte.
Com
vacinas retomaremos a vida normal e a motivação para enfrentar novos desafios.
A pandemia ampliou o desemprego, a desigualdade social e o déficit público. Há
também um enorme desafio na área da educação, para recuperar aprendizados
comprometidos pelo longo período sem aulas presenciais.
Diante
de tais obstáculos, há um campo fértil para vendedores de ilusões,
especialmente no plano econômico. Para evitar que isso aconteça devemo-nos
concentrar em propostas que ofereçam resultados na redução das desigualdades.
Em São Paulo, estamos fazendo reformas estruturais desde o início do nosso
governo. Fizemos profundas mudanças no sistema previdenciário e administrativo
do Estado. E não foi uma tarefa fácil.
Grandes
projetos confirmam o acerto desse modelo de desenvolvimento com parcerias
público-privadas. Temos um portfólio de R$ 31 bilhões de investimentos. Fizemos
a maior concessão rodoviária do Brasil, o lote Piracicaba-Panorama. Destravamos
o maior projeto de infraestrutura do País, a Linha 6 do Metrô. E estamos
acelerando o maior programa de saneamento do Brasil com o Novo Rio Pinheiros.
Ao
mesmo tempo que precisamos intensificar a busca por vacinas, o Brasil precisa
se firmar como economia de mercado, com menos regulações e mais segurança
jurídica. Esse é o melhor caminho para o País progredir.
As
reformas produzem resultados. São Paulo cresceu duas vezes e meia a média
nacional em 2019. Em 2020, o impacto econômico da crise sanitária foi menor em
São Paulo do que no Brasil e me vários países desenvolvidos. Nos próximos dois
anos, a previsão é de que São Paulo voltará a ter resultados melhores que os do
Brasil.
Antes
e durante a pandemia, São Paulo oferece um exemplo positivo para os
brasileiros. Aliamos investimentos, tecnologia, empregos, respeito ao meio
ambiente e compromisso com a ciência e a vida, além de respeito à democracia.
Um modelo liberal que une a agilidade da iniciativa privada às obrigações
essenciais do Estado para o progresso de todos, especialmente da parcela mais
humilde e desvalida de nossa sociedade, ainda tão desigual.
Nosso
projeto valoriza o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e renda, a
defesa da saúde e da vida, a confiança na ciência e a proteção social do Estado
aos que mais precisam. Apesar de tudo, o Brasil tem solução.
*Governador do Estado de São Paulo
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