Folha de S. Paulo
Não será neste ano que conseguirei adotar o
'Dry January'
Uma moda que começa a ganhar o mundo, mas
ainda não chegou por estas bandas, é a do "Dry January", ou janeiro
seco. A ideia é cortar o álcool durante todo o mês. Eu havia lido sobre o
assunto em veículos estrangeiros, mas este ano vi as reportagens se multiplicarem
por aqui e o assunto aparecer, mesmo que timidamente, nas redes sociais. Talvez
falte o incentivo financeiro para que influenciadores abracem a causa como
fizeram com o "segunda sem carne", que irritou os pecuaristas. Mas
isso é outro assunto.
Ao que consta, o "Dry January"
começou em 2011, por meio de uma iniciativa individual. A britânica Emily
Robinson se preparava para uma meia maratona e decidiu cortar a bebida
alcoólica. O seu relato sobre os benefícios daquele período ganhou notoriedade
por meio da ONG Alchool Change UK, que passou a promover uma campanha com o
apoio do Departamento de Saúde Pública do Reino Unido.
Mais recentemente, virou moda nos Estados Unidos, onde 15% dos americanos afirmaram em pesquisa da YouGov que planejavam ficar sem beber no primeiro mês de 2022. É uma maneira saudável de começar o ano, uma espécie de detox coletivo depois de tantos exageros no Natal e Réveillon, sem falar dos quase dois anos da pandemia, que elevou o consumo de álcool no mundo todo.
Não faltam pesquisas que mostram os ganhos
para a saúde: melhora do sono, da disposição física e mental, do convívio
familiar, da relação saudável com a bebida, além de uma bela economia. Talvez a
rainha Elizabeth não concorde. É bom lembrar que assim que os médicos cortaram
sua birita, ela baixou no hospital.
Mas ficar um mês sem beber no frio do
hemisfério Norte é uma coisa. Outra é resistir ao convite para um chopinho
gelado no fim de tarde do nosso verão. Faça chuva ou faça sol, uma coisa é
certa, este Brasil de Bolsonaro me obriga a beber.
"Dry January" talvez só no ano
que vem.
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