quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Bruno Boghossian - Bolsonaro apaga as luzes

Folha de S. Paulo

Gestão se encerra as com marcas da paralisia, do vazio de políticas públicas e da turbulência golpista

Depois de quase três semanas, Jair Bolsonaro voltou ao Palácio do Planalto para um dia de trabalho. O capitão retornou ao gabinete presidencial para apagar as luzes de um governo que se encerra com as mesmas marcas dos últimos quatro anos: paralisia administrativa, vazio de políticas públicas e turbulência golpista.

Bolsonaro havia se recolhido por quase 20 dias num misto de melancolia pela derrota eleitoral e a recuperação de um processo infeccioso em uma das pernas. Nesse tempo, o governo não sentiu a necessidade de apresentar nenhuma satisfação sobre o problema de saúde que mantinha afastada do trabalho a principal autoridade do país.

Durante a licença médica informal, o presidente dedicou algum tempo a uma de suas atividades favoritas, a conspiração golpista. No início da semana, ele recebeu o presidente do PL no Palácio da Alvorada para acertar os detalhes de sua última investida contra o processo eleitoral.

Apesar de ter quase 40 dias de mandato pela frente, Bolsonaro não demonstrou preocupação em entregar a gestão numa situação razoável. Depois da farra no Orçamento para turbinar a campanha fracassada à reeleição, o governo anunciou um corte de gastos que ameaça paralisar a máquina pública.

A Polícia Federal interrompeu a produção de passaportes, e a Polícia Rodoviária Federal ficou sem dinheiro para a manutenção de viaturas. "O governo nunca passou tão apertado assim. Haverá eventualmente falta de atendimento de serviços prestados pelo governo, mas chegaremos ao fim do ano", avisou o secretário do Tesouro, Esteves Colnago.

Na saúde, o ministro Marcelo Queiroga parece ter descoberto agora que 70 milhões de brasileiros não tomaram a primeira dose de reforço da vacina contra a Covid. Na contramão do chefe, ele fez um apelo para que a população se imunize.

Políticos autoritários não costumam aceitar a derrota com elegância ou senso de dever cívico. Não se deve esperar de Bolsonaro nenhum passo em direção à normalidade.

 

2 comentários:

Anônimo disse...

"Depois da farra no Orçamento para turbinar a campanha fracassada à reeleição,"

Lula lutou contra bandidos. Farra é termo leve demais - TRAPAÇA no orçamento descreve melhor.

Mas o genocida é tão ruim q mesmo com trapaças MIL no orçamento, na PRF, dentre muitas outras, PERDEU!!!

Anônimo disse...

Apaga as luzes? Que absurdo... Que luzes?? Este foi um DESgoverno SEM luzes, de TREVAS absolutas, só sombras e barbárie! As luzes foram apagadas em 1 de janeiro de 2019 e nunca mais foram acesas! As poucas luzes só reaparecerão em 1 de janeiro de 2023... Foram as trevas perenes que mantiveram um general INCOMPETENTE (Pazuello) como ministro da Saúde por mais de 1 ano! Por mais de 2 anos um CRIMINOSO AMBIENTAL já condenado foi ministro do Zero Ambiente. E, por 4 longos anos, canalhas incompetentes e bandidos se revezaram no ministério da Educação, numa competição de quem era PIOR pra Educação brasileira! E por 4 inacabáveis anos, fomos comandados por um miliciano GENOCIDA, que se manteve na presidência pagando com nosso dinheiro os serviços do Centrão, enquanto nos deixava, com apoio de Aras e Lira, na mais profunda ESCURIDÃO!