O Globo
Desempenho foi puxado pelo eleitorado formado
por mulheres e adultos entre 35 e 59 anos
Nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta
quarta-feira, aponta que a popularidade do governo do presidente Luiz
Inácio Lula da
Silva (PT) manteve a tendência de recuperação. Os dados mostram que as taxas de
aprovação e reprovação à gestão do petista estão tecnicamente empatadas e a
distância entre os dois grupos, que chegou a 17 pontos percentuais em maio e
era de cinco pontos no levantamento anterior, agora soma apenas um ponto — 48%
dos brasileiros aprovam a governo, enquanto 49% o desaprovam.
Frente ao levantamento anterior, de setembro, o apoio ao governo avançou dois pontos percentuais (era de 46%), dentro da margem de erro, que é de dois pontos, e a rejeição recuou na mesma proporção (somava 51%). Apesar da oscilação na margem, o movimento acompanha um cenário de avanço no índice de aprovação do governo registrado desde maio, quando a Genial/Quaest apontou aprovação de 40% e desaprovação de 57%. Também representa uma retomada do patamar registrado em janeiro, quando a crise do Pix deu início a uma queda brusca de popularidade.
Os indicadores de avaliação da gestão também
apontam para uma recuperação. A distância entre os que avaliam negativamente o
governo (37%, contra 38% em setembro e 43% em maio) e os que têm uma avaliação
positiva (33%, contra 31% na pesquisa anterior e 26% em maio) também tem
recuado nos últimos meses.
O resultado da pesquisa, o melhor desde
janeiro, reflete os ganhos políticos de Lula depois da crise do tarifaço,
quando o presidente reforçou o discurso de soberania nacional, e também da
queda dos preços de alimentos. A Quest fez 2.004 entrevistas presenciais com
brasileiros de 16 anos ou mais entre quinta-feira e domingo e não captou,
portanto, os efeitos do telefonema entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump.
Os dois, porém, têm reforçado a abertura ao diálogo desde a Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), no fim do mês passado, quando Trump fez
elogios ao brasileiro.
Ainda segundo a pesquisa, o desempenho foi
puxado pelo eleitorado formado por mulheres e adultos entre 35 e 59 anos.
Nesses dois grupos, a aprovação passou a reprovação — no primeiro caso com 52%
a 45%; e no segundo com 51% a 46%.
Três notícias que se destacaram desde o
último levantamento foram submetidas aos entrevistados: o encontro entre Lula e
Trump durante a assembleia da ONU, o discurso do presidente brasileiro na mesma
ocasião e a reforma do Imposto de Renda, com isenção para os que ganham até 5
salários mínimos e taxação de 10% sobre os ganhos superiores a R$ 600 mil por
ano. Nos três casos, a atuação de Lula foi mais aprovada do que reprovada.
A reforma do IR, por exemplo, é conhecida por
68% dos entrevistados e a maioria (79%) aprova a proposta que isenta quem ganha
até R$ 5 mil, já aprovada na Câmara. São 64% os que apoiam a taxação dos mais
ricos, medida anunciada como forma de compensar a queda de arrecadação.
Somam 57% os entrevistados que souberam do
encontro entre Trump e Lula. Desse grupo, 49% entenderam que Lula saiu
politicamente mais forte do episódio, enquanto 27% dizem que o presidente
brasileiro saiu mais fraco.
Já 44% dos entrevistados afirmam ter ficado
sabendo do discurso do presidente na assembleia da ONU. Entre esses, 52% dizem
que a fala foi boa e 34% entendem que foi ruim.
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