Folha de S. Paulo
Para Gabriel Feltran, brasileiro que leciona no SciencesPo, elite
cedeu poder a seu 'setor jagunço'
Segundo ele, igualar-se aos torturadores do CV não é saída para
construção de Estado civilizado
A operação policial de 28 de outubro no Rio de Janeiro tem
um aspecto inédito, além da escala de mortos sem precedentes: o planejamento
político. É a visão do pesquisador brasileiro Gabriel Feltran, 49, diretor de
pesquisas do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e
professor do SciencesPo, uma das principais instituições de ensino de ciências
sociais da Europa.
Sociólogo do crime, Feltran estuda há mais de 20
anos a violência urbana no Brasil e o conflito
entre Estado e crime organizado. Para ele, a narrativa que enxerga uma faxina
contra o suposto narcoterrorismo, apoiada por youtubers e ex-policiais convertidos
em comentaristas de TV, fomenta um projeto totalitário.
Esse projeto, segundo ele, já controla governos
estaduais, legislativos e parte do Judiciário, faltando apenas controlar
o STF (Supremo Tribunal Federal). "E
não parece que vai demorar para que isso se realize."
Para Feltran, "igualar-se aos torturadores do Comando Vermelho, com espadas e decapitações, não parece ser uma boa saída para a construção de um Estado civilizado".
O sr. estuda há décadas a violência urbana. Dentro
dessa perspectiva de longo prazo, que reflexão o ocorrido no Rio de Janeiro na terça-feira (28) lhe
inspira?
O episódio pode parecer muito repetitivo, porque são repetitivos os massacres
nas favelas, mas essa repetição esconde o que há nele de inédito e mais
relevante. A parte repetitiva é o evento letal organizado, cuja escala vem
aumentando, que termina eliminando operadores baixos do universo criminal:
soldados rasos ou pequenos varejistas, cujas posições são prontamente
substituídas. Morrem também policiais de baixa patente, igualmente substituídos
cinicamente no dia seguinte.
Isso é recorrente, e não apenas ineficaz. Esse
ciclo é extremamente produtivo para alimentar a militarização dos dois lados da
pretensa guerra, que tem ampliado enormemente a necessidade de "mercados de proteção", cujo lucro converge,
vejamos bem, para os mesmos dirigentes policiais corrompidos que
dizem combater o crime organizado. Os mesmos que enviam seus soldados para
morrerem no front.
Mas o que é inédito é mais relevante para entender
o Brasil. Em primeiro lugar, é inédita a escala dessa chacina policial, a maior
da história do Brasil, superando até mesmo o Carandiru. Mas sobretudo é inédito
o planejamento político, e a resposta dos que a planejaram, orientada não
apenas por marqueteiros políticos, mas pelos operadores centrais do campo da
extrema direita.
Não há mais tabu em reivindicar explicitamente, e em linguagem popular, o
sucesso fulgurante da atrocidade mais cruel. Governantes e
secretários inflamados, unidos em uma espécie de gozo doentio, mostraram-se
para as câmeras ao final da operação.
Governadores de outros cinco estados manifestaram imediatamente sua cumplicidade política,
acolhida na grande imprensa e na opinião pública dominante como uma organização
legítima, que em seguida leva adiante sua proposição legislativa
imediata de exceção: garantir na lei o extermínio já praticado, transformando
qualquer um que seja qualificado como traficante ou membro do crime organizado
em "terrorista".
Basta essa classificação para que se amplie
enormemente o contingente das pessoas expostas ao extermínio sumário, em
institucionalidade que protege sua fachada democrática. Assim os "narcopesquisadores",
os "narcojornalistas" e o "narcopresidente" podem
igualmente ter o mesmo destino dos "narcoterroristas" mortos na favela.
Essa retaguarda política, jurídica, institucional, essa
cumplicidade dos órgãos de controle como o Ministério Público, que deveriam ser
os primeiros a flagrar as ilegalidades evidentes desses eventos, bem como desse
novo marketing eleitoral escrito com sangue, é inédita em escala nacional.
Ela representa sociologicamente a transição
evidente de um movimento totalitário, cuja expansão venho descrevendo há alguns
anos em ensaios recentes, para um conjunto de práticas totalitárias de governo.
Saímos do segundo para o terceiro tomo das "Origens do Totalitarismo",
de Hannah Arendt.
Vejamos: a extrema direita já governa os principais
estados do país, controla a Câmara e o Senado, a maioria das casas legislativas
estaduais e municipais, além de ser amplamente hegemônica na área da justiça e
segurança, inclusive em plano federal. Controla as forças da ordem e é
plenamente aceita no universo das finanças.
Culturalmente, consolidou a representação de que
direitos humanos são uma idiotice e que sociólogos defendem bandido. Falta
apenas controlar o STF para que seu projeto se consolide plenamente, e não
parece que vai demorar para que isso se realize.
Por que a guerra entre Estado e crime organizado
parece viver períodos de aparente calmaria interrompidos por episódios de
explosão da violência?
Esses massacres são eventos críticos, pensados para reordenar a rotina,
posterior e cotidiana, sobretudo dos acordos financeiros rotineiros entre polícia e crime nas favelas, mas hoje
também para muito além delas.
Depois dessa demonstração de força e legitimidade,
pode-se cobrar mais no cotidiano para vender proteção ilegal aos traficantes ou
legal às classes médias e às elites. Os mercados de corrupção são hoje
milionários, e quem já prestou serviços a policiais corrompidos, como médicos e
advogados, sabe que eles costumam pagar em espécie.
Por outro lado, investigações na imprensa mostram
empreendimentos de lavagem de dinheiro tão sofisticados na polícia quanto os
das facções, mas operados agora por policiais corrompidos. Essas operações
aumentam a capacidade de extorsão nos mercados ilegais, porque essa guerra é em
última instância por essas riquezas, por esse dinheiro que depois pode se
converter não apenas em lucro privado, mas em projeto de poder coletivo.
É esse projeto que anima o movimento político de
extrema direita, que tem como núcleo duro a politização autonomista das
polícias e, sobretudo, das polícias militares. Controlar as armas é fundamental
para uma transição de regime político, não para produzir um golpe, mas para
produzir uma rotina de dominação total. Esse projeto veio, nos últimos anos,
testando os efeitos jurídicos, políticos e midiáticos de se fabricar um regime
de exceção.
Começaram com mortes no varejo: um membro de
facção, um rapaz que se parece com ele, um favelado ligado ao tráfico morto
durante a campanha para governador. Depois passamos a 13 mortos numa chacina
aqui, 26 ali em Varginha, 28 no Jacarezinho, e em todos os testes esse projeto
de uso da força institucional foi bem sucedido.
Seus ideólogos descobriram que havia retaguarda
no Ministério Público, nos órgãos de controle
estaduais, na mídia dominante, na opinião pública das redes sociais, construída
por seus próprios robôs. Passaram a falar o que pensam de maneira mais
desinibida, a praticar o extermínio de maneira mais direta e tiveram likes suficientes
para outros os imitarem.
Elegeram ano passado um vice-prefeito [Mello
Araújo, do PL, coronel da reserva da PM] acusado por oito homicídios [em
serviço; ele disse não contar mortes], na cidade mais rica do país. Colocaram
antes, na Secretaria de Segurança do estado mais rico do país, um policial
[Guilherme Derrite, do PP] acusado por 16 mortes [em serviço; ele disse
publicamente que "matou muito ladrão"], mas que reivindica
publicamente muito mais: nenhum problema.
Pautaram a Lei Orgânica das Polícias, e mesmo uma
PEC da Segurança, para construir seu grande projeto: uma Polícia Militar federal coordenada pelas
Forças Armadas, que imponha um projeto total às hoje distintas polícias
estaduais. A medida tem sido defendida, pasmem, mesmo à esquerda. Destituíram
então a cúpula da PM mais relevante do país, no que parecia uma ousadia enorme.
Não houve consequência relevante.
Esses ideólogos da extrema direita se sentiram,
então, fortes o suficiente para alimentar o ciclo político de transformação
social com mais sangue. O marqueteiro do governador do Rio de Janeiro se
apressou, após o massacre, a comemorar sua virtude em ocupar, com Cláudio Castro (PL), o que ele chamou de
um "espaço vazio" na política do Rio, a do matador de bandido.
Detalhe, o rapaz começa sua entrevista dizendo que não aceita cinismo na
política.
Críticos da ação do governo fluminense apontam que
operações como essa são ineficazes no sentido de erradicar o crime organizado.
É como o sr. vê a questão?
Não, elas não resolvem nada para a segurança ou a defesa do Estado de Direito,
elas fazem exatamente o oposto disso, há 40 anos. Essa violência se pensa
limpando a sociedade e já era aplaudida em rituais totalitários nas redes
sociais, mas hoje é também celebrada nas instituições e na imprensa.
O problema é que, nesse ciclo vicioso, essa limpeza
nunca se realiza. Ao contrário, o que vemos é muita sujeira, muitos resíduos
vivos caindo de um corpo social fraturado: sentimentos de ódio, sede de
vingança e radicalização, traumas de familiares e vítimas de violência criminal
e um novo ciclo de violências se retroalimentando.
Politicamente, esses eventos abrem espaço para a
propaganda populista voltada para massas sedentas por paz, que no entanto
acreditam na guerra sangrenta como meio. Décadas de operações desse tipo, no
Rio de Janeiro, ampliaram a militarização dos mercados ilegais, a corrupção
policial sistêmica e a ação faccional, mas quem se lembra do que houve no
Carandiru, no Jacarezinho, em Paraisópolis?
O problema não diminui, ele aumenta a cada nova
volta dessa engrenagem, com mais corrida armamentista e mais ampliação das
economias de proteção aos ilegalismos, que vão bem, obrigado, geridos por
ladrões profissionais e policiais corrompidos.
Quanto mais falham em entregar segurança, mais os
agentes ideológicos da segurança pedem recursos para fazê-la melhor, seja na
esfera privada, seja controlando mais e mais fatias do orçamento.
Recebem a bênção das elites instaladas, cada vez
mais próximas aos policiais, que então cedem esses recursos num ciclo
orçamentário sem fim. Produzir sua propaganda e ganhar as massas é fundamental
para garantir a legitimidade desse regime de poder, e passam a investir nisso.
Assim se produziram os grandes etnocídios historicamente, assim se produziram
os totalitarismos desde os anos 1930. Caminhamos para isso a passos largos no
Brasil, e esse projeto parece bem aceito das periferias às novas elites emergentes.
Outra crítica aponta que a operação teria, como em
casos anteriores, um viés racista e elitista. O sr. vê assim?
Não há uma intenção consciente e expressa, por parte dos policiais, de
representar as elites brancas contra o mundo popular, negro e pobre. Não se
trata disso. Esses policiais se sentem agindo autonomamente contra bandidos,
contra o crime, no que acreditam ser uma limpeza dos maus do mundo, que parece
não se dar conta de que ao fazê-lo, eles mesmos se tornam os assassinos.
Carregarão com eles essas marcas, claro. Mais de
200 policiais se suicidaram no ano passado, no Brasil. Muitos policiais
militares, e militarizados, vêm das próprias classes populares, de territórios
de pobreza, muitos também racializados.
Sobre o racismo e o elitismo, o que ocorre é um
efeito social muito perverso, a partir de um choque de mundos cognitivos: a
polícia se vê como promotora de mobilidade social de jovens pobres e negros,
porque os têm em seus quadros, mas os resultados letais das operações atingem
invariavelmente esse mesmo perfil. Pelo fato de serem os jovens negros e pobres
os mais recrutados para a operação baixa dos mercados ilegais, das economias
criminais.
Sociologicamente, isso produz efeitos racistas e
elitistas evidentes, demonstrados em qualquer estatística de prisão, letalidade
policial ou criminalidade. Mas os policiais ideologizados evidentemente não
reconhecem esses dados assim.
Eles oferecem a chave para quem pensa por
correlações básicas, sem nunca ter pisado numa favela, e que naturaliza a ideia
de que o perfil pobre, jovem, racializado, sem escolaridade é, verbo ser,
"o bandido" a combater. É então que uma segunda camada do racismo
elitista desses massacres aparece no cotidiano: as pessoas que compartilham
esse perfil, homem-jovem-racializado-favelado, serão potencialmente
criminalizadas mesmo não tendo nada a ver com o crime. Isso se radicaliza a tal
ponto que há os que se regozijam ao ver esses corpos empilhados nas vielas,
crivados de balas.
Como o sr. enxerga a guerra de narrativas entre os que
apontam a operação como "bem-sucedida" ou como puramente
"letal"?
A narrativa de "faxina" é pura propaganda totalitária, mas há
narrativas mais sofisticadas, de ex-policiais famosos nos canais voltados para
a classe média, que vão exatamente na mesma direção política.
E há os acadêmicos que pretensamente veem o
"outro lado", defendendo tacitamente a "flexibilização" do
regime democrático para combater o crime. Há portanto um regime de discursos
que tem no centro marqueteiros e youtubers, mas na margem intelectuais
orgânicos desse movimento totalitário, dando munição cultural para os que
convertem violência em capital político-eleitoral.
Engana-se, aliás, quem se limita a ver cálculo
eleitoral na tragédia, como se cada governador, secretário ou youtuber agisse
em benefício próprio e num evento independente. Isso existe, mas compondo um
projeto de poder em processo de institucionalização cotidiana há duas décadas,
em igrejas, partidos, redes, no Executivo, Legislativo, e Judiciário, em níveis
municipal, estadual e federal, cujo objetivo evidente é romper com um modo de
conceber o Estado democrático, romper com suas intermediações e normalizar a
exceção, agora protegida não apenas pelos operadores instalados na
institucionalidade, mas pelas instituições elas mesmas.
Até que ponto o ocorrido é um problema com
especificidades cariocas ou é um problema nacional, ou similar ao de outros
estados brasileiros?
É evidentemente um projeto político nacional, que encontra no Rio sua
quintessência. E um projeto ideológico internacional, ligado a um movimento
totalitário igualmente internacional, com rosto particularmente militarizado no
Brasil. A segurança pública tornou-se a arena central de poder no Brasil
contemporâneo, basta notar que todas nossas figuras políticas fortes que
emergiram nas últimas duas décadas vêm desse campo: Bolsonaro e seus policiais,
Temer, Xandão, Dino, Derrite e outros.
Em São Paulo e no Rio, mas também em outros
estados, vemos o mesmo padrão: a ascensão de policiais matadores de rua a
gestores da segurança, a eliminação de controles institucionais, o alinhamento
com interesses da segurança privada e do achaque aos fundos públicos para
financiar lucros privados e projeto comum da política, posto em marcha com as
tecnologias aprendidas no achaque aos mercados ilegais.
Estamos vivendo uma mudança política muito
relevante, na qual os setores que chamo de jagunços, os que antigamente eram
apenas operadores da violência bruta para as elites, se autonomizam delas
mesmas e impõem sua forma de governar pelo terror. Nossas elites tradicionais
são tão ineptas, e tão incapazes de perceber o processo social em
transformação, que sequer conseguem notar o risco ao qual estão expostas nesse
processo.
Que soluções o sr. apontaria?
Uma política de segurança eficaz no Brasil partiria de quatro eixos,
dependentes do reconhecimento de que o modelo hoje existente contribui para a
insegurança, quando não para o terror. O primeiro eixo seria o Estado recuper
sua autoridade para esclarecer homicídios, fundamento da retomada da soberania
sobre o uso da força, com investimento consistente em investigação e
responsabilização. A prioridade na elucidação de mortes e a responsabilização
de quem mata é a retomada da capacidade soberana da lei sobre os matadores de
plantão. Assim, em segida, como segunda medida, reduziria-se o poder armado
ilegal, estatal e não estatal, reafirmando a centralidade da lei e não a
autonomia de grupos armados, policiais e criminais.
O terceiro eixo é estabelecer regulação rigorosa
sobre mercados ilegais, como os de drogas e armas, no modelo feito com o
desmanche veicular em São Paulo. Reduzir o poder econômico que sustenta facções
e milícias, mas também as polícias corrompidas.
Combater facções, nesse cenário, não significaria
ampliar operações bélicas, mas retirar sua base financeira e capacidade de
recrutamento. Em seguida, como quarto eixo, seriam fortalecidos o controle
externo e social das polícias, garantindo transparência, responsabilização e
aderência ao Estado democrático de Direito. Pode parecer utópico, mas existe em
muitos países. Sem isso, a política de segurança continuará a se converter em
capital político para uma classe emergente de jagunços promovida, hoje, à elite
política.
Nas áreas que vivem sob o jugo das facções, há
relatos de tortura e violência. Isso não justificaria uma ação mais decisiva
contra o crime organizado?
Sem dúvida. O Comando Vermelho tem territórios controlados por armas no Rio há
40 anos, não há nada de novo. Como as ações que listei, que deveriam estar
sendo feitas há décadas. Igualar-se aos torturadores do CV, com espadas e
decapitações, não parece ser uma boa saída para a construção de um Estado
civilizado.
É a fórmula para a barbárie, hoje aplaudida
socialmente. A questão é que se a lei não imperar sobre a força bruta de grupos
autônomos, como a que vimos dos dois lados dessa operação, perde-se o centro da
construção estatal. Resta a guerra de milícias fora da lei, fardadas ou não. As
ações de uma política pública de segurança que mereça esse nome foram decisivas
em muitos países hoje democráticos e seguros. É delas que precisamos.
Como o sr. vê as ameaças que pesquisadores da
violência têm sofrido no Brasil?
No Brasil, fazer pesquisa na segurança é se expor à violência política. Mas não
vinda do crime, veja o absurdo. São os policiais ideologizados os que nos
coagem. A questão é que a segurança é vista como guerra, não como uma área de
política pública, na qual cabe debate e cabem argumentos lógicos, indicadores,
evidências.
É como se fosse uma guerra moral: heróis versus
bandidos. Então os policiais que estão inflamados por essa ideologia nefasta
não se sentem operadores de uma política, garantidores de direitos. Eles se
sentem salvando a sociedade dos maus, e só aceitam dois lados: o bajulador que
os louva, ou o inimigo que devem abater.
Desprezam o conhecimento e têm fetiche por armas de
fogo, blindados e caveiras. Não entregam segurança para ninguém, mas não
aceitam ser avaliados como qualquer operador de política pública.
Tenho sido chamado para discutir meus resultados de
pesquisa pelas forças de segurança na França, em Portugal, na Holanda, nos EUA,
nos Balcãs, mas no Brasil é raríssimo. No Rio e em São Paulo, sobretudo, reina
a militarização ideologizada, que por projeção quer nos ver como ideólogos.
*Pesquisador brasileiro no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França. Sociólogo especialista em crime organizado, é professor do SciencesPo, uma das principais instituições de ensino superior de ciências humanas e sociais da Europa. É autor, entre outros livros, de "Irmãos: Uma História do PCC" (Companhia das Letras, 2018)

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