Na festa dos 10 anos do PT no poder, ex-presidente pede que partido se una pela reeleição
Biaggio Talento*
SALVADOR - A presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, foram recebidos em Salvador, ontem, com manifestações de médicos, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), pescadores e marisqueiros. Os petistas participam de seminário que celebra uma década de governo do partido, no Hotel Othon. Militantes petistas foram hostilizados. Um rapaz segurava o cartaz "PT nunca mais".
O protesto do MPL tinha como meta a redução imediata da tarifa, em Salvador, de R$ 2,70 para R$ 2,50, além de melhorias na mobilidade urbana e de chamar a atenção de Dilma para questões de responsabilidade do governo federal. Já os médicos carregavam cartazes contra a importação de médicos sem passarem pelo Revalida.
No evento, Dilma e Lula insistiram na necessidade de promover o mais rapidamente possível mudanças como a implantação do financiamento público de campanhas. Segundo eles, é uma forma de atender à voz das ruas e combater a corrupção. Lula foi o mais enfático, exortando o PT a fazer mea-culpa de práticas comuns a todos os partidos:
- Tem deputado do PT que transforma seu gabinete numa instância partidária. Nós sabemos disso, e é uma coisa que devemos consertar, porque nós não nascemos para ser igual aos outros - disse ele, para delírio dos cerca de 800 militantes e integrantes de sindicatos e movimentos sociais convidados para a festa.
Representantes de outros partidos, para os quais Lula pareceu dirigir seus ataques, estavam no palco. Dizendo não ser "moralista", Lula afirmou que é preciso "respeitar as pessoas" que acreditam no PT e que "não querem salário para fazer campanha" e provocou:
- Qual é a diferença de muitos candidatos nossos para os dos outros partidos? Muitas vezes o comportamento é igual. É por isso que sou defensor do financiamento público.
Também pediu que todos se unam pela reeleição de Dilma e disse que ela deve se preparar para os ataques da oposição, na qual colocou a "grande mídia".
Dilma repetiu os cinco pactos que propôs para dar uma resposta às manifestações de rua. Alegou que reforçou suas convicções sobre as propostas depois de receber vários segmentos da sociedade.
- Tenho segurança que esses cinco pactos são indispensáveis para o Brasil - declarou ela, destacando que o PT tem a obrigação de liderar o processo reforma política, para torná-la melhor. (*Especial para O GLOBO)
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário