• Inclusão da Rede, que prepara sua legitimação, não será automática; ideia é ampliar força para as eleições de 2016
Catarina Alencastro – O Globo
BRASÍLIA - Enquanto a Rede de Marina Silva dá os primeiros passos rumo à sua legitimação como partido político, o PSB já discute a estratégia das próximas eleições com outros aliados. Junto com o PPS, o PV e o Solidariedade, o partido que abrigou Marina para que ela concorresse à Presidência este ano lançará na próxima semana um bloco - o Federação Partidária - que se compromete a atuar como uma única força política nas eleições municipais de 2016 e nas gerais de 2018.
A nova união de partidos já tem até estatuto e contará com coordenações municipais, estaduais e federal, com dirigentes das quatro legendas. Embora não estejam se fundindo, para efeitos de eleições as legendas do bloco atuarão como um partido só. Juntos, somam cerca de três minutos e meio de rádio e TV. Na vida parlamentar, também tomarão decisões conjuntas. Na construção do bloco, o grupo se baseou em algumas falhas da experiência nas eleições presidenciais deste ano para corrigi-las.
- Nós sofremos muito na eleição porque só tínhamos um minuto para rebater as acusações e apresentar nosso programa. Não havia tempo suficiente. Acho que muitos dos motivos que nos impediram de ir para o segundo turno passam por aí. Estamos definindo um item fundamental para ir à guerra - diz o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi vice na chapa de Marina à Presidência.
A integração da Rede, de Marina, a esta nova força política não será automática. Cada adesão terá de ser levada à deliberação dos dirigentes do bloco.
- Naturalmente a Rede pode estar conosco ou não. Primeiro a Rede tem que passar a existir. Se a Rede quiser integrar o bloco, vamos levar à deliberação. Não vemos problemas, poderemos estar juntos. Não há antagonismo de ideias, mas estamos falando de quatro partidos que já têm vida parlamentar e resolveram se unir - afirma Carlos Siqueira, presidente do PSB.
Casados em torno do projeto interrompido tragicamente pela morte de Eduardo Campos, o PSB e a Rede Sustentabilidade se posicionaram de forma ligeiramente diferente no pós-eleitoral. Os dois tentam se impor como principal alternativa, em meio à polarização entre PT e PSDB. Mas enquanto os socialistas dialogam com maior frequência com os tucanos e traçam alianças no trabalho parlamentar, os marineiros são mais distantes dos integrantes da oposição tradicional.
- Estamos construindo esse campo de oposição independente. Nos assuntos referentes ao meio ambiente e à sustentabilidade, vamos exercer a oposição com firmeza. As propostas encampadas por Marina na campanha são as que darão respostas aos problemas do país, como crise hídrica, mobilidade urbana - diz Bazileu Margarido, coordenador executivo da Rede.
Integrantes da Rede continuam sua saga em busca das 32 mil assinaturas que faltam para que a ideia de ser um partido se transforme em realidade. Segundo as regras eleitorais, são necessárias 484.546 assinaturas de brasileiros que apoiem o projeto. Em outubro de 2013, a Rede teve o registro de criação do partido negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por não ter obtido o mínimo de assinaturas para sua constituição.
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