Folha de S. Paulo
A capital do país está um caos. O mato toma conta do centro da cidade, e o lixo se acumula em algumas ruas. Servidores em greve fecham avenidas e causam enormes engarrafamentos. Falta medicamento em hospitais, e alunos perdem aulas em dias de prova.
Tudo por causa de um final melancólico de administração do petista Agnelo Queiroz. Sem dinheiro em caixa, o governador atrasou salários, interrompeu serviços e deixou de pagar seus fornecedores.
É, de longe, uma das piores fases de Brasília. Ruas esburacadas, obras paradas, greve de ônibus tornando a vida de quem depende de transporte público um inferno.
O motivo do caos é básico. O petista gastou mais do que arrecada. Até outubro, o buraco era de R$ 3,2 bilhões. Ficou sem grana para pagar as contas, enquanto um lindo estádio decora o centro da cidade a um custo de R$ 1,8 bilhão.
Sei que a responsabilidade pela situação caótica da capital é intransferível, pertence àquele que a (des)governou e não se reelegeu. Mas ele copiou o exemplo que veio de cima. O governo Dilma também gastou mais do que recebe. E estimulou os governadores a seguirem sua receita na busca de fazer a economia crescer --sem sucesso.
Só que Dilma pôde fazer suas manobras fiscais e se endividar para fechar na marra suas contas, enquanto o governador não tem a mesma liberdade e autorização para buscar dinheiro no mercado a fim de bancar sua gastança.
Por sinal, esta será uma das missões de Joaquim Levy na Fazenda. Barrar o desejo dos novos governadores de aproveitarem lei aprovada no Congresso, sob inspiração dilmista, para aumentar suas dívidas.
Levy terá de fazer o mesmo no governo. Sua nova chefe abriu os cofres para se reeleger, semeando inflação alta e colhendo crescimento medíocre. Agora, precisa apertar o cinto para evitar que o país viva caos semelhante ao de Brasília.
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