É
ético pagar um indivíduo para fazer o que é melhor
Enquanto
a maior parte dos países ainda se esforça para conseguir doses de vacinas
contra a Covid-19 para cidadãos ávidos por tomá-las, os EUA já começam a ter de
lidar com o problema das pessoas que resistem a
imunizar-se. Não é uma questão trivial.
Pelo
que leio na imprensa americana, especialistas agora estão dizendo que, diante
da resistência vacinal, das variantes, das reinfecções e da porosidade das
fronteiras, o mais provável é que jamais antinjamos a famosa imunidade de
rebanho —o limiar de indivíduos vacinados ou recuperados a partir do qual o
vírus já não conseguiria circular numa dada população.
Isso significa que a doença deve continuar entre nós, causando hospitalizações e mortes —mais ou menos como ocorre com a gripe. O que se espera é que, com a vacinação e revacinações periódicas, consigamos diminuir drasticamente a ocorrência de quadros mais graves, de modo que possamos retomar a normalidade (ainda que com modificações).
Nesse
contexto, é importante tentar reduzir tanto quanto possível a resistência
à imunização.
Pragmáticos, os americanos estão testando ideias para isso. Uma delas, pagar as
pessoas para serem vacinadas, pode funcionar. Uma pesquisa da UCLA com
americanos ainda não vacinados mostrou que um incentivo de US$ 100 deixaria 34%
deles mais propensos a dar o braço à seringa. Se o prêmio for de US$ 50, a
proporção cai para 31% e, se for de US$ 25, para 28%.
Será que é ético pagar um indivíduo para fazer o que é melhor para si, como tomar vacinas, parar de fumar, perder peso, tirar boas notas? Muita gente torce o nariz para isso. Vê aí um tipo de corrupção, não apenas dos agentes mas também da própria atividade. Se eu "suborno" alguém para ler um livro, desvirtuo o sentido da educação. Penso exatamente o contrário. Se existe um atalho, ele funciona bem e produz resultados que têm relevância pública, é tolice não utilizá-lo.
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