Blog do Noblat / Metrópoles
Nesse meio tempo, o interlocutor do
ministro Braga Netto, da Defesa, virou chefe da Casa Civil e desalojou dali o
general Luiz Eduardo Ramos
E assim se passaram sete dias desde que se
soube da ameaça de golpe militar feita pelo general Braga Netto, com o apoio
dos comandantes do Exército, da Marinha e Aeronáutica. Sutil para seus padrões,
o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a repetir que “o povo” reagirá se a
eleição do próximo ano “não for democrática”.
Em reportagem publicada na última
quinta-feira, dia 22, o jornal O Estado de S. Paulo contou que Braga Netto, por
meio de um interlocutor, mandara um duro e surpreendente recado para Arthur
Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados: sem a adoção do voto impresso
não haverá eleições no ano que vem.
Braga Netto foi chefe da Casa Civil da Presidência da República e é o ministro da Defesa. Em nota oficial a propósito da reportagem, desmentiu que fosse homem capaz de usar interlocutor para mandar recado a quem quer que seja, reafirmou o compromisso dos militares com a Constituição, mas alertou:
“A discussão sobre o voto eletrônico auditável
por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e
está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o
tema”.
Transcorridos sete dias, sabe-se que o general usou, sim, um interlocutor para mandar transmitir seu recado a Lira – o senador Ciro Nogueira (PP-PI), promovido por Bolsonaro a chefe da Casa Civil da Presidência da República; e que Lira advertiu Bolsonaro que não contasse com ele para enterrar a democracia.
Se Braga Netto e os atuais chefes militares
falassem de fato em nome das Forças Armadas, o esperado a essa altura era que o
aceno ao golpe já tivesse provocado adesões robustas em pelo menos parte da
sociedade. Adesão nenhuma ocorreu às claras. O aceno foi repelido às claras e
de maneira quase unânime.
Enquanto o país esperava mais sinais do
golpe de Braga Netto, outro general, Luiz Eduardo Ramos, acabou atropelado por
um trem, como disse, e cedeu a Nogueira, o interlocutor do ministro da Defesa,
o segundo cargo mais importante do governo, tornando-se assim mais um assessor
decorativo de Bolsonaro.
Golpe não se anuncia, aplica-se. Em 1964,
os militares negaram que fossem dar um golpe até que o general Olímpio Mourão
Filho perdeu a paciência e desceu de Juiz de Fora com suas tropas sobre o Rio
de Janeiro. Muitos dos seus colegas golpistas tentaram detê-lo a pretexto de
que a hora certa não era aquela.
Mourão entrou para a história com o apelido
que ele mesmo se deu – Vaca Fardada.
Está perto do fim o mistério em torno do
que aconteceu com Joice
O mais provável é que a deputada tenha se
acidentado sozinha, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal
A Polícia Civil do Distrito Federal está convencida de
que a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) foi vítima de um acidente doméstico,
sem nenhuma conotação política, ao cair no seu apartamento da Asa Sul e se
machucar seriamente.
Se ela ficou desacordada durante sete
horas, como disse, e com a cabeça dentro de uma poça de sangue, não deu para
aferir. Certamente não foi vítima de uma agressão do marido, do contrário teriam sido encontradas marcas nas
mãos dele.
É possível que Joice, em rigoroso
tratamento para emagrecer, tenha misturado remédios com bebidas alcoólicas e se
acidentado sozinha. Ou que então tenha tido uma convulsão, caído e ficado desacordada
no seu quarto enquanto o marido dormia em outro.
Não foi encontrado nenhum sinal de entrada no apartamento de qualquer outra pessoa nos dias que antecederam e sucederam ao ocorrido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário