No momento em que disputa com o PSB o apoio do PPS, o tucano avalia que será mais fácil para o PPS adotar um discurso contra o governo federal em uma aliança com o PSDB
Gustavo Uribe
SÃO PAULO — No momento em que disputa com o PSB o apoio do PPS na disputa eleitoral do ano que vem, o pré-candidato tucano ao Palácio do Palácio, Aécio Neves, considerou nesta segunda-feira que ficará mais fácil para o PPS adotar um discurso contra o governo federal em uma aliança com o PSDB, uma vez a sigla será "uma oposição sem adjetivos".
O tucano minimizou o fato do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, ter declarado na semana passada preferência pelo PSB e lembrou que diretórios estaduais do partido, como o do Rio de Janeiro e o de Minas Gerais, defendem um apoio ao PSDB. Segundo ele, cabe ao PSDB mostrar que pode ser "a mudança com segurança no Brasil".
— É uma manifestação pessoal que nós respeitamos, mas nós temos recebido muitas manifestações de diretórios estaduais do PPS favoráveis ao PSDB. Essas questões não podem ser apressadas e nem impostas. Nós vamos respeitar a decisão do PPS qualquer que seja ela. O positivo é que estará no campo da oposição. Se tiver conosco, acho que o discurso fica mais fácil, porque nós seremos uma oposição sem adjetivos — afirmou.
O tucano participou nesta segunda-feira do Prêmio "Brasileiros do Ano", promovido pela revista Istoé. Segundo ele, a última edição da pesquisa Datafolha, divulgada neste fim de semana, deve "preocupar muito" o governo federal, já que mostra um percentual alto de eleitores que defendem mudanças no país. Ele lembrou que, em 2009, às vésperas das eleições presidenciais, a presidente Dilma Rousseff tinha 17% ou 18% quando os levantamentos mostravam preferência pela continuidade.
— A pesquisa deve preocupar muito o governo, porque 66% da população querem mudanças profundas. Esse é o dado consistente neste momento da campanha eleitoral. Eu faço uma analogia com que aconteceu há quatro anos. No final de 2009, o sentimento era de continuidade. E, naquele momento, a atual presidente tinha em torno de 17% ou 18% das intenções de voto. Ela só começou a vestir o figurino da continuidade no momento em que ela teve visibilidade e pôde falar para as pessoas. E é o que não ocorreu ainda - disse o tucano, que completou: — O sentimento é de mudança e cabe a nós, do PSDB, mostrarmos que podemos ser a mudança com segurança no Brasil — afirmou.
Nas últimas semanas, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, deu início a uma ofensiva aos diretórios estaduais do PPS para garantir aliança com a legenda para a disputa eleitoral do ano que vem. O partido de oposição ao governo federal está divido atualmente entre o apoio às pré-candidaturas do PSB e PSDB. A intenção do PSB é arrancar um compromisso de aliança com a legenda até o próximo final de semana quando será promovido o Congresso Nacional do PPS.
Fonte: O Globo
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