Cabral vai deixar cargo para disputar o Senado
Marcelo Gomes
RIO - O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), anunciou ontem que pretende deixar o cargo em 31 de março do ano que vem para concorrer ao Senado. "Os companheiros têm me estimulado muito para o Senado Federal", disse Cabral durante solenidade de inauguração de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na zona norte da capital fluminense.
O governador afirmou que considera o dia 31 de março também como data ideal para o PT entregar os cargos em seu governo. O senador petista Lindbergh Farias, que pretende disputar a sucessão de Cabral, defende o rompimento imediato.
"Estivemos (PMDB e PT) juntos esse tempo inteiro. A população não vai compreender uma saída repentina do PT depois de sete anos de governo. Essa é minha opinião. Mas respeito profundamente o PT local, o senador Lindbergh, respeito sua ambição de desejar disputar o governo do Estado. Só acho que isso tem que ser discutido com tranquilidade, serenidade, no momento apropriado", disse Cabral.
O PT havia estipulado o dia 30 de novembro, no sábado passado, como data oficial para a entrega dos cargos no governo do Rio. Mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interveio e o diretório petista adiou novamente o desembarque.
Ao se desincompatibilizar em março, Cabral abre espaço para que o atual vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), dispute sua sucessão no cargo de governador.
O peemedebista está em seu segundo mandato consecutivo como chefe do Executivo estadual e, portanto, não pode se candidatar ao governo novamente.
Pesquisa. Sobre o resultado da pesquisa Datafolha divulgada ontem, que registrou seu recorde de impopularidade desde que assumiu o governo em 2007, Cabral disse que a oscilação negativa faz parte do processo democrático. Apenas 20% dos entrevistados consideram seu governo ótimo ou bom, enquanto 39% acham regular e 38%, ruim ou péssimo. "Temos que respeitar a pesquisa e continuar trabalhando."
O governador minimizou o resultado do levantamento de intenção de voto para sua sucessão., que mostra Pezão em quinto lugar, com 5%. Cabral lembrou que o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV) também tinham menos de 10% de intenção devotos a poucos meses da eleição municipal de 2008 e mesmo assim, os dois foram para o segundo turno. "Está muito longe das eleições. Quem quer trazer o assunto eleitoral para essa época é quem não está no governo. Nós temos que governar", disse.
Cabral afirmou ainda não ter dúvidas de que Pezão vai subir nas pesquisas. Pezão foi na mesma linha. "Sou o menos conhecido de todos os candidatos. Acredito que ainda vou crescer muito", disse o vice-governador, que descartou qualquer possibilidade de dar palanque ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), caso o PT fluminense rompa mesmo a aliança com o PMDB.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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