• Unidades do Centro e de Niterói deixam de funcionar. Outras terão horário reduzido
Giselle Ouchana - O Globo
As bibliotecas-parque da Avenida Presidente Vargas, no Centro, e de Niterói, estão fechadas ao público a partir de hoje. As atividades foram suspensas temporariamente por falta de repasse de verbas pelo governo estadual. A decisão foi tomada ontem à tarde, após uma reunião entre a secretária estadual de Cultura, Eva Doris Rosental, e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Segundo Ricardo Piquet, presidente do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social responsável pela administração dos espaços, o governo só vai discutir a retomada dos repasses às bibliotecas no próximo dia 10. Por causa da crise financeira, a OS recebeu este ano apenas R$ 9 milhões dos R$ 20 milhões previstos no contrato. Segundo Piquet, os salários dos 150 funcionários das quatro bibliotecas — Centro, Niterói, Rocinha e Manguinhos — foram pagos em dia, mas todos receberam aviso prévio até o dia 23 de dezembro. Se o estado não fizer os repasses, eles serão demitidos.
Os serviços de manutenção e investimentos das bibliotecas, como a compra de novos livros, também deixaram de ser feitos, assim como estão atrasadas contas de energia e do serviço de segurança.
Em nota, a Secretaria de Cultura informou que “em função da readequação financeira do estado, as atividades das bibliotecas-parque serão reestruturadas”. As unidades de Manguinhos e da Rocinha continuarão abertas, mas num horário reduzido. Elas vão funcionar agora de terça a sexta, das 12h às 18h. Até ontem, ficavam abertas de terça a sábado, das 11h às 19h. No Centro do Rio e em Niterói, a devolução de livros não será interrompida.
No Centro, a Biblioteca Parque Estadual, a matriz do projeto, também é usada por grupos de teatro. O espaço passou por uma grande obra de expansão e modernização, que custou R$ 71 milhões. Ontem, três jovens ensaiavam o texto da peça “O tesouro de Chica da Silva", quando souberam do fechamento.
— Aqui é nosso ponto de encontro. Não só nosso, mas de outros grupos também. É uma grande perda — disse Guilherme Paixão, de 24 anos.
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