- Folha de S. Paulo
Dilma colheu o que plantou. O clima na Câmara era de vingança pelos anos de maus tratos. Era possível notar que os deputados, principalmente governistas, não queriam perder a oportunidade de dar o troco na presidente.
Temer também colhe o que semeou nos últimos meses. Desde o final do ano passado sentiu que Dilma poderia cair e atuou para isto. Agora, herdará da petista um cenário de terra arrasada no país.
Petistas apostam no seu fracasso, afinal sabem muito bem o tamanho da crise deixada por Dilma. Não por outro motivo o vice-presidente quer assumir, daqui a vinte dias, como se definitivo fosse, e não interino.
Até lá, o mercado vai celebrar sua vitória. Isto mesmo, a votação de ontem foi como se fosse uma eleição indireta entre Dilma e Temer, vencida pelo peemedebista. O dólar deve cair, a Bolsa vai subir e haverá uma expectativa de melhoras no país.
Daí que Michel Temer sabe que não pode decepcionar e precisa dizer a que veio logo no primeiro dia de governo. Vai entrar com toda equipe nova já montada e também com as principais medidas na área econômica e social preparadas.
Nos cálculos do peemedebista, ele precisa mostrar logo no início de seu governo interino que tem mais condições de governar do que Dilma.
E, com isto, sinalizar que não há nenhum espaço para um retorno da petista depois do julgamento no Senado, algo acalentado por seus aliados diante da fragilidade dos argumentos jurídicos do impeachment.
A ideia é mostrar que Dilma é página virada na política brasileira, usar o capital político da vitória deste domingo para mostrar ao Congresso, mercado, empresariado e até trabalhadores que a vida vai, sim, melhorar sem a presidente petista.
O PT prometem tentar atrapalhar os planos de Temer e infernizar sua vida. Só que o país pode estar cansado de tudo e, se sentir que a vida vai melhorar, isolar os petistas e dizer: segue a vida sem Dilma.
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