• Senador tucano diz que seu partido deve ficar ao lado do PMDB caso haja compromisso com a Lava- Jato, as reformas política e da Previdência e o enxugamento da máquina pública
- O Globo
• Com qual cenário o PSDB trabalha a partir dessa segunda-feira?
A opção por novas eleições sempre foi a melhor para a oposição. Isso legitimaria um novo governo, e não desistimos disso. Mas não temos o controle temporal do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE, que vai julgar quatro processos de cassação da chapa Dilma/ Temer), e o Brasil exige urgência. Portanto, chegamos a uma convergência de todo o PSDB sobre a necessidade de apoiar um governo de transição com o PMDB.
• O PSDB está mudando de lado?
Não estamos mudando de lado. Não seremos beneficiários da suspensão do mandato da presidente Dilma. O beneficiário será o PMDB, que governará sem votos. Mas nossa responsabilidade agora é com o Brasil. Esse não será um governo do PSDB e não desistimos de nosso projeto de chegar ao Planalto em 2018 através do voto. Vamos apoiar um projeto de reconstrução nacional, mas não estaremos mudando de lado. Se o Michel ( Temer, vice-presidente) mostrar que representa algo diferente do que foi o PT, ele é quem estará mudando de lado. Quem dará uma guinada é o Michel e o PMDB. Como as montanhas de Minas, estaremos onde sempre estivemos: na oposição.
• Há dilema em participar ou não do eventual ministério de Michel Temer? Vocês seriam copatrocinadores de medidas duras de ajuste fiscal e reformas em que o PT vai bater pesado.
Participar ou não com cargos não é um dilema para o PSDB. Como eu disse, daremos apoio para as reformas necessárias, mas esse não será um governo do PSDB. Tudo vai depender do Michel. Iniciei uma série de consultas internas e vou passar ao Michel um conjunto de medidas que são o sentimento do partido. A primeira medida é apoio absoluto à continuidade das investigações da Lava- Jato. O documento vai abordar uma agenda de reformas emergencial: reforma política para reduzir o número de partidos e melhorar a governabilidade; profunda reforma do estado para desaparelhar e blindar órgãos estratégicos; redução dos ministérios à metade; modernização da legislação trabalhista; reforma da Previdência; despolitização ideológica da nossa política externa, que tanto mal fez às nossas relações.
• A associação com o PMDB, que tem Eduardo Cunha, pode trazer desgaste?
Não estamos apoiando o PMDB nem figuras de forma individualizada. O apoio do PSDB é a um projeto para salvar o Brasil. Isso pode ter um custo para nós? Pode, mas são custos que terão que ser enfrentados.
• Essa avaliação do risco de embarcar nesse projeto, com possível efeito negativo em 2018, foi feita entre os dirigentes do PSDB?
É um risco. Mas digo sempre que podem contar comigo para correr riscos. Para aventuras, não. Se essas propostas forem encampadas, será o começo do resgate do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário