O Globo
Em movimento antes nunca visto, autoridades
se apressaram em parabenizar Lula pela eleição à presidência
As instituições brindaram os resultados das
urnas e o mundo também legitimou as eleições do Brasil. Internamente, o
movimento aconteceu rapidamente com Arthur Lira, presidente da Câmara,
reconhecendo o resultado. Depois, a presidente do STF, Rosa Weber, e o
ministro Alexandre de Moraes fizeram um pronunciamento, com o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, ao lado.
Aliás, Pacheco foi muito elogiado pelo
presidente do TSE, dizendo que ele nunca titubeou e sempre foi um defensor das
urnas eletrônicas em meio a todos os ataques.
Externamente, o mundo abraçou o Brasil. Foi impressionante, nunca vi algo tão rápido, uma sucessão de declarações de autoridades de todos os países, dos Estados Unidos a China, dos mais variados continentes e tipo de governo, congratulando o Brasil e o presidente Lula. E não ficou só na fala: a Noruega anunciou que vai liberar a verba do Fundo Amazônia para o combate ao desmatamento, interrompido em 2019.
Este movimento é fundamental porque o
governo Jair Bolsonaro nunca deixou claro se respeitaria os resultados da
eleição. Ele está isolado, não fez o papel institucional de reconhecer a
derrota e cumprimentar o vencedor. A democracia precisa de ritos. Não me
surpreende esta atitude, mostra o caráter sempre autoritário do presidente. Ele
nunca fez um ritual que se espera de um governante.
A transição será penosa e difícil. Os
atuais ministros que têm quadro mais político vão tentar criar obstáculos.
Espero que os servidores públicos pensem no seu papel de servir ao estado, e
não ao governo.
O presidente eleito Lula agora disse que
vai descansar por dois dias. Ontem, ele fez um discurso histórico. Foi o mais
importante que eu já vi o petista fazer. Ele fez o discurso no tom certo e,
mesmo falando de improviso na Avenida Paulista, manteve o mesmo roteiro. A
chave do discurso é que disse que iria governar para 215 milhões de brasileiros
e não só para os que votaram nele. "Não existem dois Brasis. Somos um
único país, um único povo, uma grande nação". Nesta frase, ele mostra a
preocupação com a pacificação do país, tão dividido após esta eleição bélica.
Citou a cultura várias vezes, tão atacada
no governo atual. A fala foi inclusiva, de apoio a todas as minorias. O
discurso abraçava o Brasil e trazia de volta a ideia de um país unido. Lula tem
a vantagem de ter esta característica de ser conciliador, um negociador, mas a
pacificação será um dos muitos desafios do petista. Na parte da economia, o
texto do Orçamento enviado por Jair Bolsonaro está muito cheio de defeitos.
2 comentários:
"Na parte da economia, o texto do Orçamento enviado por Jair Bolsonaro está muito cheio de defeitos."
Tudo do bolsonaro é cheio de defeitos. Por isso, mesmo tendo trapaceando fortemente na campanha, gastando tudo e comprometendo o futuro do país, nem assim o incompetente trapaceiro da República ganhou. NEM ASSIM!
Venceu o Brasil da esperança.
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