O interesse do Palácio do Planalto em assegurar o PDT na campanha da reeleição de Dilma Rousseff é o que motiva o governo a manter o ministro do Trabalho, Manoel Dias, em seu cargo. Até a Operação Esopo ser deflagrada na semana passada, a legenda era entusiasta do projeto presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Em menor grau, da do senador Aécio Neves (PSDB).
As recentes denúncias ajudaram a reapro-ximar o PDT do PT. Isso se deve a um duplo e simultâneo cálculo político das duas legendas. Para os petistas, vale tudo para neutralizar qualquer pretenso apoio a Aécio, Campos ou mesmo Marina Silva. Até aceitar que as candidaturas estaduais em formação no PDT (Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) não deem palanque a Dilma. Desde que em nível nacional estejam juntos e, claro, levem o tempo de TV para a presidente.
Já o PDT entra nesse jogo com outro enfoque. Combalido com a iminente perda de parlamentares para os novos partidos que devem se formar até o início de outubro, como Solidariedade e PROS, a estratégia é garantir o que já tem: um assento privilegiado na Esplanada. Ainda mais no governo de uma mandatária que perdeu popularidade, mas mantém a condição de favorita na sucessão presidencial.
O Ministério do Trabalho passa, assim, a ser muito para um partido que, após a nova configuração partidária, deverá ter menos de 20 deputados, menos tempo de TV e menos fundo partidário.
É nesse contexto que também se explica o festejado retorno ao PDT, na semana passada, do ex-marido e conselheiro de Dilma, Carlos Araújo. Sua rejeição interna foi ou-trora utilizada como símbolo da autonomia pedetista perante o Planalto. O retorno acabou por virar a melhor alegoria de um partido nas cordas no ringue político.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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